Humberto Souto é eleito prefeito em Montes Claros

Humberto Souto, do Partido Popular Socialista (PPS), foi eleito neste domingo (30) prefeito de Montes Claros (MG) para os próximos quatro anos. Com 100% das urnas apuradas, o candidato registrou 123.156 votos, o que corresponde a 65,31% dos votos válidos, contra 65.416  de Ruy Muniz, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que buscava a reeleição - 34,69% do total


Em seu discurso de vitória, Humberto Souto disse que esperava votação mais ampla, pela grande recepção que teve nas ruas. “Estou feliz, porque, diante do que foi mostrado nas ruas, foi transformado em números. Agora vamos assumir a prefeitura. Não posso prometer nada, antes de saber a real situação da prefeitura. Mas, a população pode saber: se entrar um tostão da população, ele será revertido em obras”.

Já Ruy Muniz, após a divulgação do resultado das eleições, desejou sorte ao prefeito eleito e disse que vai continuar trabalhando. "O povo de Montes Claros teve a oportunidade de escolher, escolheu. Reconheço o resultado das urnas. A vida segue; vamos continuar trabalhando por Montes Claros. Desejar ao novo prefeito boa sorte, que ele realmente coloque em prática seu programa de governo. Tomara que ele monte um secretariado competente. Nós amamos Montes Claros e respeitamos o que o povo decide".

Ruy Muniz é marido da deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG) e os dois são alvo de inquérito por suspeita de sonegação fiscal, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro. O casal ficou famoso após a prisão de Ruy no dia 18 de abril. Na véspera, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, Raquel elogiou a gestão do marido ao votar pela abertura do processo.
Confira como foi a cobertura do G1, em tempo real, neste segundo turno das eleições.

Humberto Souto afirmou que vai fazer uma gestão participativa, olhando para as necessidades de cada comunidade, tornando o governo democrático. Ele destacou ainda, entre suas propostas, fazer um plano estratégico pensando em Montes Claros para 2030; criar um fundo de mobilidade urbana que, segundo o Souto, será criado durante os quatro anos de mandato; retornar com o funcionamento 24h do Hospital Alpheu de Quadros; construir cinco Unidades de Pronto Atendimento e, para melhorar a educação, destacou que uma das metas da cidade é formar cidadãos para o trabalho.

O prefeito afastado de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB), não foi reeleito ao perder o segundo turno da eleição para o candidato Humberto Souto (PPS). Com 91,66% das urnas apuradas, o novo prefeito obteve 65,37% dos votos válidos, contra 34,63% de Muniz, que chegou a ser considerado foragido pela Justiça

Ruy Muniz ganhou projeção nacional quando foi preso pela Polícia Federal um dia depois de sua esposa, a deputada Raquel Muniz (PSD), ter elogiado o marido ao votar a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ele chegou a ter a candidatura indeferida, mas uma liminar permitiu que ele mantivesse sua campanha e ficasse em segundo lugar na primeira disputa pela reeleição, no dia 2 de outubro.

Logo após o primeiro turno, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu habeas corpus em favor do prefeito afastado, alegando que ele não representava riscos à ordem pública e que, por isso, o pedido de prisão preventiva não se justificava.

Apesar das denúncias, Muniz conseguiu formar uma aliança para concorrer à reeleição. Sua coligação foi integrada por dez partidos: PSB, PMDB, SD, PTB, PTC, PRB, PPL, PMN, PHS e PRTB. No primeiro turno, Ruy Muniz teve 25,93% dos votos, contra 40,66% de Humberto Souto.

Mesmo se fosse eleito, Ruy Muniz não poderia tomar posse. O avanço das investigações da PF fez com que Danilo Fernando Macedo (PMDB), que era o vice na sua chapa, protocolasse seu pedido de renúncia 17 dias antes do primeiro turno. Como consequência, a candidatura do prefeito foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). De acordo com Lei Federal 9.504/2007, o prazo para substituição do vice se encerra 20 dias antes da eleição. Por esta razão, os juízes que analisaram o caso entenderam que não seria mais possível uma troca do nome e a chapa deveria ser cancelada, já que não poderia concorrer ao pleito incompleta.

O prefeito recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e conseguiu manter o direito de disputar a eleição até a conclusão do julgamento. No recurso, Ruy Muniz pedia que que fosse aceito o empresário da construção civil, Jason Neto (PSD), como novo vice na chapa.

Pedido de prisão

O pedido de prisão preventiva ocorreu no âmbito da Operação Tolerância Zero, que investiga esquema de desvio de verbas públicas envolvendo a Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização (Esurb). A investigação constatou que o consumo de combustíveis pela frota da empresa passou de 15 mil litros em janeiro de 2013 para 25 mil no mês seguinte. O prefeito teve a prisão preventiva decretada no dia 15 de setembro.

Impeachment

Ruy Muniz havia sido preso no dia 18 de abril, acusado de sabotar o funcionamento de hospitais públicos e filantrópicos para beneficiar o Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira, que pertence a sua família.
A prisão ocorreu um dia após votação da Câmara dos Deputados que aprovou a admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Na ocasião, a esposa do prefeito, deputada Raquel Muniz (PSD-MG), votou favorável ao prosseguimento do processo e justificou seu voto elogiando o marido. “Meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”, disse a parlamentar na ocasião.

Ruy Muniz ficou quase um mês preso e atualmente cumpre medidas cautelares. Ele está afastado de suas funções e proibido de entrar no prédio da prefeitura. No dia 9 de setembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Véu Protetor, que novamente tinha Ruy Muniz como um dos alvos. Dessa vez, sua mulher também se tornou investigada. Eles são acusados de desvio de verbas públicas, fraudes tributárias e previdenciárias e estelionatos qualificados, por gerar um prejuízo de R$300 milhões à Receita Federal.

SOBRE O PREFEITO ELEITO
Humberto Souto é contador, advogado e empresário. Nasceu em 03/06/1934 e entrou para a vida pública como vereador, em Montes Claros, em 1962. Depois foi deputado estadual, sete vezes deputado federal, vice-presidente da Câmara dos Deputados, Líder de Governo, provedor do Hospital Aroldo Tourinho, ministro e presidente do Tribunal de Contas da União.

O político trouxe recursos públicos para a construção da Barragem de Juramento, principal responsável pelo abastecimento de água de Montes Claros; incluiu Montes Claros no Programa Cidades de Porte Médio, durante a administração Toninho Rebello, permitindo a construção da Rodoviária, subprefeituras, lavanderias e pacotes de pavimentação de vias de acesso aos bairros. Trouxe os Caics dos bairros Renascença e Maracanã, recursos para os prefeitos Toninho Rebello e Athos Avelino investirem na construção das avenidas Sanitária e Sidney Chaves.

Na Constituição de 1988, Humberto Souto incluiu emenda que concedeu o maior perdão de dívidas rurais para pequenos produtores rurais que sofriam grande seca. Ainda como deputado federal, Humberto Souto conseguiu recursos para a construção das principais barragens do Norte de Minas, como a Barragem de Bico da Pedra, que alimenta o Projeto Gorutuba. Entre outras grandes obras, foi responsável pela construção da ponte sobre o Rio São Francisco, ligando Pedras de Maria da Cruz a Januária, com 1.050 metros de extensão, na BR-135.

Veja o resultado final das eleições
Humberto Souto (PPS) - 65,31% (123.156 votos)
Ruy Muniz (PSB) - 34,69% (65.416 votos)
Votos válidos - 89,13% (188.572 votos)
Votos totais - 211.563
Brancos - 2,69% (5.690 votos)
Nulos - 8,18% (17.301 votos)
Abstenções - 19,40% (50.933)

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

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