ARTIGO: Networking, diga-me com quem andas, e te direi quem és

Cora Fernanda de Faria Lima*

Te pergunto: Você está preparado para fazer networking? Sabe exatamente como fazer esta palavrinha acontecer? Meu artigo para iniciar o ano, vai tratar exatamente disto: relacionamento e networking

Sugiro neste momento reflexão profunda sobre o que você pensa sobre esta habilidade. Sim, é uma habilidade e vou lhe afirmar o porquê, no decorrer deste texto. Não são todas as pessoas que a tem, e nem tampouco, sabem o fazer. Utilidade pública este artigo, hein!! Multipliquem esta informação, para aqueles que precisam fortalecer este comportamento.

Bom, eu inicio provocando um questionamento: o que é fazer networking conforme seu entendimento: entregar cartões? Maratona de cartões? Mandar fazer mais cartões? Cartões são folders? Nenhuma destas, ou todas estas opções?

Identificou-se? Se sim, Pare de ler este texto por favor!

Se não se identificou, siga até a casa 2.

A palavra e sua etimologia nos ajuda a seguir em frente neste jogo de cartas não marcadas, e, logo, buscamos o significado original sobre relacionamento: capacidade de manter relacionamentos, de conviver bem com seus semelhantes.

Vejo categoricamente, networking nesta definição de dicionário, ou seja, somos capazes de conviver bem com nossos semelhantes, ou, este semelhante ne-ces-sa-ria-men-te deve nos oferecer alguma oportunidade. Se você falou oportunidade, não estamos descrevendo networking e sim, oportunismo.

Achando-me concisa e ácida? Sim, pois acredito que muitas pessoas estão fazendo do networking uma prática de contraprestação, e nada mais é que, estabelecer uma conexão. E o que acontece quando uma conexão se rompe? Vamos reconstruí-la, reconectá-la, e isto Mon Cher, é fazer com eficiência, aquilo que não precisa ser feito.

Trabalho de formiga, formação de um muro com muitos tijolinhos, preparação emocional e aptidão social. Sendo lúdica ou não, vamos conceber o que e quais são as características de um networking sadio e frutífero:

Max Gehringer define: networking é "uma questão de paciência e não urgência", ou seja, não é apropriado conhecer uma pessoa e imediatamente entregar o seu currículo. Ponto de partida, teoria do vasinho de orquídea. Segundo a biologia, não há forma correta quanto a rega destas flores. Elas podem secar em um só dia, ou demorar até 15 para secar a rega mais atual. Logo, seus contatos devem obedecer a um critério de abordagem, sem assuntos específicos nem pedidos sem relação. Hoje em dia, as redes sociais favorecem este conceito, pois uma mensagem, faz a manutenção deste, sem necessidade de uma aproximação mais contundente, e por vezes, sem objetivos. Networking não necessariamente está ligado à falta de emprego, mas manter uma comunicação viva.

Cultivando conexões genuínas, dificilmente haverá problema de relacionamento futuro. Para mim isso significa olhar contatos como complementos e não, propulsores. Hoje, falamos muito em mentoria, e, com isso, buscamos norte aos nossos objetivos. Esses mentores, nos conduzem a um caminho mais produtivo, pois eles conseguem perceber quem quer união, e quem quer ascensão. Não tiro aqui esta palavra do nosso jogo, mas ela deve ser manipulada de outra forma, mais singela. Veja seus contatos como o próprio nome diz, como uma grande teia, rede, de forma que você seja um centro emissor de boas coisas a todos. Os demais, e a multiplicação disto, virão naturalmente.

Vendo eventos como possibilidades: aqui para mim é pontual: Não mire palestrantes e mentores somente, veja ao seu lado todos os talentos ali inerentes, aproxime-se, olhe, e mais relevante, a meu ver: olhe nos olhos, preste atenção, dê atenção. As pessoas quando falam se sentem mais a vontade, e por poucos assuntos abordados, você poderá traçar um perfil daquele, e estudar as afinidades e parcerias, por exemplo. Entenda aqui, quando seu networking é bem estudado, você chega naturalmente ao ouvidos das pessoas. Torna-se natural.

Cuidado!!!!! Estes personagens existem e estão à solta: não recue por estas perguntas, pois elas são as provas do que falei no inicio: Se a pessoa, ao invés de se aproximar, já quer inicialmente saber de onde e quem você atende, atente-se aos sinais dos tempos: Ali tem um vampiro.... Sugará, sugará, sugará, depois encontra uma janela e vai embora. Pronto! Você pode se achar uma pessoa sem aptidão social. Não! Lembre-se que habilidade pode ser desenvolvida com prática e dedicação. Por isto, continue olhando para os demais como tijolinhos daquela construção, pessoas que estudam, que façam diferença, que estejam engajadas. Network não é pousar para fotos... Não é revista Caras, ok?

Esse assunto é extenso e comportamental demais. E hoje, além de expor o que penso, trouxe uma amiga que, após uma breve conversa via facebook, me sugeriu brilhantemente: “Vamos escrever sobre networking?”. Não titubeei, aceitei, e a chamei para suas conclusões acerca deste verbo tão importante no mundo: relacionar-se.

Marcela Brito, é contigo!!!

Querida Cora, é sempre uma alegria poder falar sobre networking. É a oportunidade perfeita para lançar um olhar sobre o tema a partir da perspectiva da doação desinteressada. Com tudo o que foi exposto pela Cora, desde o conceito de networking encontrado em dicionários até a confusão que as pessoas tem feito no uso deste termo, deve-se destacar que a base do networking, e ressaltando a fala da Cora, é o relacionamento.

Em 2015, participei de uma conferência sobre Gestão em Secretariado na cidade de São Paulo e, em uma das oficinas, a palestrante afirmou que todo mundo se relaciona por interesse. A declaração dela gerou um burburinho na sala, mas ela logo explicou: quando buscamos conhecer alguém temos, sim, interesse em conseguirmos algo. Pode ser um novo amigo, ou podemos estar procurando uma informação, uma parceria, conhecer uma área de interesse diferente da nossa, enfim, as possibilidades são muitas. Mas a diferença está em como baseamos esta relação de troca.

Networking tem sido usado e aplicado apenas em benefício próprio pelas pessoas, a fim de conquistarem vagas de emprego, melhores posições na empresa onde trabalham e saírem em vantagem em relação a outros colegas em assuntos corporativos. Mas como Cora mencionou, esse tipo de conduta é um “vampirismo corporativo” ou, em outras palavras, a famigerada prática da “puxação de saco”. Empresas e profissionais tem estado mais atentos para essa prática, portanto, se você alguma vez pensou em agir dessa forma, esqueça! Você será prejudicado e a emenda pode sair pior do que o soneto.

A prática do networking não precisa ser usada apenas no âmbito profissional, pois com quantas pessoas do seu círculo pessoal você pode contar em caso de necessidade, em virtude do nível de bom relacionamento ou amizade que você mantém com essa pessoa? Ou, se hoje você precisasse de um conselho de um amigo, uma orientação sincera sobre um assunto pessoal, com quem você poderia falar?

O sucesso de fazer networking está, primeiramente, em gostar de lidar com gente. Isso mesmo! O segredo é gostar de pessoas. Pessoas que agem apenas por interesse em benefício próprio sem pensar no que elas mesmas poderiam contribuir para as pessoas com as quais interagem não tem mais espaço nesse novo modelo de sociedade que se apresenta. É preciso querer doar antes de pensar em receber algo em troca. É se aproximar das pessoas com interesse na essência delas e não no que elas possuem.

Você pode se conectar de fato com as pessoas numa fila de banco, de supermercado, ou no tumultuado transporte público no caminho para o trabalho ou de volta para casa. Você nem sabe se aquele primeiro contato renderá um relacionamento mais sólido, mas você precisa se comprometer em doar o seu melhor para aquela pessoa. Falar as palavras certas pode ajudar alguém que está confuso ou deprimido, pode incentivar alguém a investir em um sonho ou pode, apenas pelo fato de dar atenção ao outro, mostrar que ainda vale a pena lutar pela vida, em todas as suas formas e de todas as maneiras.

O que estamos tratando aqui é muito mais profundo do que relacionamento, isso é mais sério do que oferta de benefícios ou troca de experiências. Estamos falando sobre como transformar a vida de outras pessoas por meio do real interesse nelas, pela essência delas, pela forma de cuidar delas, pela atenção que se dá a elas. E quanto mais anônimos são os nossos contatos, mais prósperos eles tendem a ser.

Outro segredo sobre networking é apostar e investir em relacionamentos com pessoas que, aparentemente, não possuem bens materiais nem grandes vantagens e benefícios que possam ser convertidos imediatamente em resultados para quem está se relacionando. Geralmente, essas conexões são as mais frutíferas, uma vez que a relação a ser construída a partir dessa interação tende a ser transparente e totalmente desinteressada. Dessas conexões podem nascer belas amizades e relações de lealdade que crescem e se consolidam conforme o tempo passa.

Portanto, quando você pensar em networking, pense no que você pode fazer pelo outro em primeiro lugar e não mais no que o outro pode fazer por você. Esta é uma mudança de mindset que pode fazer toda a diferença na qualidade de seus relacionamentos daqui para frente.

Boa sorte e boas conexões!

*Cora Fernanda de Faria Lima - Assistente Executiva, há mais de 10 anos. Interessada e insatisfeita, escreve crônicas e divagações sobre o quotidiano nada certo do secretariado.

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Bio Caldo - Quit Alimentos
Canaã Telecom