Estação de Biologia da UnB desenvolve mandioca de até 24 quilos

Através de enxertos de espécies já existentes do tubérculo, o professor emérito Nagib Nassar produz a mandioca Quimera II

A Universidade de Brasília (UnB) desenvolveu uma nova espécie de mandioca no início deste ano, na Estação Experimental de Biologia, que tem potencial revolucionário na alimentação. A variedade tem, aproximadamente, oito vezes mais peso comparada à mandioca tradicional e pode pesar de 20 a 24 quilos. O professor libanês e emérito da UnB, Nagib Nassar, é pesquisador do tubérculo desde 1974, ano em que se mudou para o Brasil.

O novo tipo de mandioca é chamado de Quimera II. A sua produção é baseada na combinação de dois tecidos de duas plantas silvestres. Para o crescimento, não necessita irrigação e basta a água da chuva – mesmo com os meses de seca em Brasília. Segundo o professor Nagib, os resultados justificam a alteração da genética da planta. “Esse novo tipo de mandioca aumenta a produtividade e possibilita a proteção contra doenças e pragas. Além disso, pode trazer grandes impactos para as sociedades em que a planta seja base da alimentação”, comenta.

As raízes da Quimera II nascem horizontalmente e a 20 centímetros do solo, facilitando a extração

Para a plantação do tubérculo, é necessário, no mínimo, um metro de distância entre as mudas. O espaço para o cultivo dessa variedade é o dobro do espaço para a comum, porém o custo benefício é indiscutível. “A Quimera II tem cerca de cinco ou seis vezes mais produtividade do que as espécies comuns”, afirma Nassar.

Após o crescimento das mudas, o professor distribui as unidades para pequenos agricultores da região, como de Planaltina. Além disso, pesquisadores de Gana, na África Ocidental, enviaram pedidos de transferência da técnica do cultivo da Quimera II.

O peso da variedade Quimera II pode girar em torno de 20 a 24 quilos por unidade

PESQUISAS E BOLSAS DE ESTUDO

Mestranda Patience Gakpetor, da Etiópia, colaborou no desenvolvimento da espécie Quimera II

A Fundação Nagib Nassar, criada em 2015 graças ao aproveitamento do prêmio Kuwait Foundation for the Advancement of Science, recebido em 2014 por Nassar, tem o intuito de estimular pesquisas inovadoras que beneficiem a cultura alimentar da mandioca.

Este ano, a fundação está disponibilizando R$ 47 mil em bolsas de mestrado e doutorado para pesquisadores que tenham a mandioca como objeto de estudo. Especialmente neste ano, R$ 20 mil, dos R$ 47 mil, serão destinados aos pesquisadores de universidades da África Subsaariana. A mandioca é um alimento bastante consumido na região.

Para fazer parte do mestrado ou doutorado, a pesquisa do estudante deverá, obrigatoriamente, ocorrer no laboratório e na Estação Experimental de Biologia da Universidade de Brasília. Para se matricular, basta enviar o projeto para os endereços FUNAGIB@geneconserve.pro.br e cbrmunhoz@gmail.com. As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de Abril.

Livro escrito pelo professor Nassar, lançado em 2006, fala sobre a Criação da Mandioca, a Biotecnologia e a Ecologia


Por: Hanna Yahya
Foto: Hanna Yahya

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