Agrônomo da Emater-DF coordena plantio de 1 milhão de árvores, a maior parte no DF

Foto: Emater-DF/Divulgação

E suas ações não param: agora, com recursos Agência Nacional de Águas, terão como foco a restauração florestal da Bacia do Pipiripau

Foto: Emater-DF/Divulgação
Engajado pelo desejo de preservar o meio ambiente, o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater-DF Sumar Magalhães Ganem, servidor da casa há 33 anos, contabiliza o plantio de 1 milhão de árvores em seus 57 anos de vida. 

Só no Distrito Federal, em projetos da Emater-DF e outros órgãos governamentais, foram 750 mil mudas plantadas. E a conta vai aumentar: até o final de 2020, serão mais 280 mil árvores plantadas por meio de convênio da Emater-DF com a Agência Nacional de Águas (ANA).

De acordo com Sumar, a contagem começou quando ele tinha 8 anos, por incentivo do avô paterno, Mahmud Salim Ganem, na propriedade da família, em Frei Gaspar, interior de Minas Gerais. O número foi possível contabilizar graças aos relatórios dos projetos efetuados ao longo dos anos, tanto da propriedade da família quanto na fase da Emater. “Como são relatórios, a gente tem uma estimativa, mas eu conto desde a primeira árvore que plantei. Para chegar a esse número, considerei todas as ações anteriores, que foram muitas.”

Na Emater-DF desde 17 de junho de 1986, o engenheiro agrônomo pôde continuar o trabalho ambiental iniciado ainda criança. Entre as diversas ações realizadas, em 1989, começou o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas, do Ministério da Agricultura e do qual a Emater-DF foi parceira junto com a Secretaria de Agricultura, a Embrapa Cerrados e a Fundação Zoobotânica.

O programa durou seis anos e trabalhou intensivamente a conservação do solo e a restauração florestal. O projeto atingiu todo o Distrito Federal, chegando a 17 localidades. “Ao longo desses anos que estou na Emater, sempre tive o estímulo da empresa em projetos de plantio e na questão da não supressão de árvores. Isso é extremamente importante”, pondera Sumar, acrescentando que favorecer o processo de regeneração natural também é parte do processo.

“Muitas vezes, tratam-se de ambientes envolvendo espécies que estão adaptadas ali há milhares de anos. Então, esses ambientes são propícios para se desenvolverem. Quando a gente orienta os agricultores no sentido de preservar, a gente favorece que o processo de regeneração aconteça de maneira natural e intensa”, explica. A Emater-DF faz orientações junto aos agricultores, despertando a responsabilidade de preservação das matas ciliares, remanescentes florestais e proteção de nascentes.

O relatório não conta apenas com mudas plantadas pelo próprio Sumar, mas com projetos coordenados pelo extensionista e desenvolvidos ao longo dos últimos anos em parceria com diversos órgãos, como Secretaria de Agricultura (Granja do Ipê), Adasa, Caesb, Agência Nacional de Águas, Embrapa, Ministério da Agricultura e WWF. Muitos produtores e colaboradores rurais também fizeram parte do processo, com suporte à iniciativa.

Com os ensinamentos do avô, Sumar partiu para o curso de engenharia agronômica. Na época, já aplicando os métodos na fazenda da família, definiram que, na área, seguiriam rigorosamente o Código Florestal Brasileiro. Hoje, 40% da propriedade estão sob vegetação típica da Mata Atlântica.

“Além de acelerar o processo de plantio de mudas, a gente resolveu não suprimir mais nenhuma vegetação”, afirma Sumar. “Lá, o processo de regeneração natural, como tem muita mata, é muito intenso. Muitas vezes só o fato de isolar a área e não suprimir a vegetação faz com que ocorra uma brotação espontânea muito forte”, conta.

De origem libanesa, o avô de Sumar iniciou o plantio de horticultura e café na propriedade, mas sempre com preocupação ambiental. Para ele, os ensinamentos foram fundamentais para sua formação. “Ele [o avô] foi muito decisivo. Repassava para gente a importância sobre o cuidado com as plantas, com os animais e com a natureza de uma maneira geral.”

Bacia do Pipiripau
Com recurso do convênio com a Agência Nacional de Águas (ANA), no valor de pouco mais de R$ 2 milhões, as próximas ações da empresa terão como foco a restauração florestal da Bacia do Pipiripau. A meta de plantio e restauração é de cerca de 100 mil mudas até o fim do ano. Entre 2020 e 2021, mais 180 mil novas mudas devem ser plantadas no DF por meio do convênio.

A Emater-DF também participou do processo de restauração florestal na Bacia do Descoberto, em parceria com a Secretaria de Agricultura e a Fundação Banco do Brasil. No local, com o programa Produtor de Água, da ANA, a perspectiva é a de que a restauração florestal na bacia traga um incremento de milhares de árvores para a região. “É uma sensação de que estamos trabalhando em uma agenda positiva que sempre trará excelentes resultados para o meio ambiente de uma maneira geral”, afirma Sumar.

Sobre se houve alguma árvore plantada que marcou sua vida ao longo desses anos, ele ressalta: “Todas as mudas plantadas têm a mesma importância. Cada uma delas guarda em si o desejo da semente, a sua expectativa. Tem todo um processo, desde o momento em que a semente germina até virar uma árvore adulta. Isso é espetacular, é maravilhoso!”.

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

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