Brasiliense desenvolve antifurto para carro com senha pessoal

Depois de ser sequestrado, desde 2001 o inventor trabalha com segurança veicular

Ricardo Castro é desenvolvedor de um sistema inteligente de antifurto: aos 25 anos de idade ele elaborou o sistema One Locked Titanium que trabalha utilizando uma senha pessoal que dificulta o roubo de carros. Mecânico e eletricista, Ricardo mora na cidade de Valparaíso de Goiás que fica a cerca de 50 km de Brasília. O primeiro protótipo do antifurto foi feito em 2001 e era baseado em um sistema analógico de relés – que são interruptores usados nos carros para ligar e desligar circuitos elétricos –, como, por exemplo: ventoinha e compressor do ar condicionado. Este sistema já utilizava uma senha pessoal sequencial de três acessórios do carro. Desde que começou a trabalhar com segurança de veículos, Ricardo já fez a instalação do seu sistema em cinco mil carros.

A ideia de criar o sistema foi uma autodefesa. Ricardo trabalhava como motorista em uma construtora e fazia os serviços bancários. Ao estacionar a caminhonete da empresa foi abordado por ladrões que o levaram para um lugar próximo de Planaltina. “Eu fiquei com medo e pensei: se aconteceu com o carro da empresa pode acontecer com o meu carro. Como não tinha dinheiro para comprar outro, decidi estudar eletrônica por conta própria e criar alguma coisa que fosse diferente de tudo que já existia no mercado”, explica.

Atualmente ele trabalha na própria residência e tem como renda principal a instalação deste acessório em carros, mas suas invenções não param por aí. Além de ter desenvolvido um antifurto, hoje com 41 anos, Ricardo desenvolveu também um tipo de sensor crepuscular que trabalha junto com um sistema que se chama Coming Leaving Home. Esse sistema acende e apaga os faróis do carro de acordo com a luminosidade do ambiente e quando o carro é travado e destravado. A média de custo do antifurto fica em torno de R$ 550. Já o sensor crepuscular fica na faixa de R$ 399.

Como funcionam os mecanismos

O sistema One Locked Titanium está bem atualizado. Ele é digital e baseado em um CI, um componente eletrônico que armazena as informações de programação. O CI, que trabalha em conjunto com a central do carro, memoriza quatro acessórios que mandam correntes 12 volts. O dono do veículo pode escolher qual acessório quer, por exemplo: apertar o botão do vidro elétrico, ligar a seta, piscar o farol e pisar no freio, o CI memoriza esses mecanismos quando faz a sequência correta, libera a central e o veículo liga. No caso de um roubo, a partir do momento em que se abre a porta começa a contar um tempo programado entre 90 segundos a 3 minutos. O sistema trava o carro evitando que o ladrão acabe levando o veiculo.

Já o mecanismo do sensor crepuscular funciona da seguinte forma: um sensor que detecta a sensibilidade luminosa é instalado no painel do carro e funciona em conjunto com a mesma placa que também memoriza o tempo e acendimento dos faróis. Conforme vai escurecendo, o sensor manda um sinal para a placa, que conectada aos faróis do carro, decide se acende ou não automaticamente. O sistema conta também com o Coming Leaving Home. Quando o alarme do carro é acionado os faróis acendem e apagam, levando um tempo de 10 segundos para apagar totalmente.


Utilizando dois plugs, um sistema é conectado ao farol do carro e outro no sensor

Cliente há dois anos, Leonam Vieira conta que já escapou de assaltos por causa do acendimento automático dos faróis. “Eu estacionei meu carro em uma área deserta e escura. Quando voltei para o carro tinha alguém atrás da árvore me esperando. Assim que destravei o carro, os faróis foram acessos e o rapaz saiu correndo em direção à outra rua e me livrei de um assalto”.

Leonam Vieira(direita) adquiriu o sistema em 2015 por questões de segurança

Especialista em Segurança Pessoal, Fernando Souza conta que é muito importante que as pessoas prestem a atenção ao andarem nas ruas para evitarem ser vítimas de roubo. “Muitos destes tipos de roubos acontecem porque a pessoa está distraída, seja mexendo no celular, utilizando fones de ouvidos ou em outros equipamentos que tirem a atenção dela. O ladrão percebe a distração e aproveita para assaltar”. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do DF. O ano de 2016 começou com 492 (janeiro) casos de roubo de veículos confirmados e terminou com 471 (dezembro), totalizando, entre janeiro e dezembro, 5.663 casos de roubos de veículos. Já a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) divulga que em 2010, a arrecadação de mercado de seguros gerais era R$ 40,3 milhões e em 2015 chegou a R$ 68,7 milhões.

Por: Bruno Ramos.

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