Shopping Popular de Brasília continua com boxes vazios e pouca movimentação

Construído em 2009, o Shopping Popular tinha o objetivo de tirar os camelôs e vendedores ambulantes das ruas e concentrá-los em um mesmo lugar

Localizado logo ao lado da antiga rodoferroviária e com cerca de 20 mil metros quadrados, 1.784 lojas e 1.375 vagas para estacionamento, o Shopping Popular de Brasília conta com uma parada de ônibus ao lado do pavilhão e muita dificuldade para os lojistas. Segundo eles, os problemas começam com a dificuldade para entrega de documentos e vão até a falta de empenho do governo em divulgar o estabelecimento e garantir que esteja funcionando plenamente.

Não é muito difícil ouvir relatos de roubos que acontecem ali, contados pelos próprios vendedores. Além disso, existem os problemas de quem conseguiu sua banca, mas preferiu não ficar por lá por conta da distância e da falta de consumidores.

Claiton Juvenir Ferreira, 40 anos, é dono de um box na Ala C do local. Ele sublocou o box da dona original, que não tinha como manter o box por falta de capital de giro. “O governo deu os boxes, mas não deu capital de giro então a galera que ganhou o espaço não tinha como se manter lá. A estrutura é ótima, é bem localizado, mas o governo deu a terra e não deu as condições de plantar, entende?”.

Corredores vazios, com lojas fechadas, dão tom macabro ao local 

Segundo Claiton, em 2016 um empreendedor de São Paulo sondou o Shopping Popular e mostrou grande interesse em investir no local, fornecendo alguns produtos e capital de giro. Ainda segundo o dono de três boxes na Ala C do pavilhão, o boato que roda pelo shopping é que será feita uma Parceria Público-Privada (PPP) pra “ver se alavanca o shopping, fazer o que o governo não fez”. Claiton comentou que esse empreendedor deve investir em cerca de 1200 boxes, sendo que atualmente cerca de 250 funcionam, enquanto os outros estão permanentemente fechados.

No ano de lançamento do empreendimento, os feirantes que foram sorteados e ganharam um box receberam isenção de impostos e a taxa de manutenção era apenas R$ 40. Em 2017, essa taxa subiu para R$ 130. Segundo a Administração de Brasília, o valor aumentou por questões dos próprios lojistas, que definem a tarifa de acordo com as necessidades. A assessoria da Administração também diz que “com certeza a polícia atua naquela área”, mas não soube informar detalhes mais precisos.

Fachada do Shopping Popular: poucas lojas abertas no interior

Na época da construção, o Shopping Popular custou R$ 21,5 milhões aos cofres públicos. Hoje, poucos boxes estão abertos e, segundo os transeuntes, com uma única função: abrigar a estação de atendimento do Detran/DF. Na mesma época foi noticiada a construção de um posto de atendimento do Na Hora DF no pavilhão, que ainda não foi pra frente.

Dos poucos estabelecimentos que funcionam regularmente, apenas a “praça de alimentação” localizada logo na parte frontal do local, funciona todos os dias da semana. Mesmo reclamando das atuais condições do local, os poucos lojistas que ainda permanecem por lá contam com o shopping como sua principal renda e esperam a possível PPP para que tudo mude pra melhor.

Por: Daniel Martins
Foto: Daniel Martins

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

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