Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News (veja abaixo), o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse não acreditar que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello, de afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, tenha sido uma forma de retaliação. O ministro atendeu a um pedido liminar feito pela Rede Sustentabilidade
“Não acredito que um ministro do Supremo faça isso. O ministro suspendeu o mandato de presidente, não cassou um mandato de senador. Se ele fizesse isso eu seria contra”, defendeu.
Segundo o senador do PPS, a decisão de Marco Aurélio foi tomada com base em reunião em plenário e atendeu ao anseio da sociedade. “Eu não posso dizer que recebi com surpresa [a notícia do afastamento] (…). É o atendimento de um desejo de todos de que a presidência do senador Renan Calheiros estava constrangendo a Casa”.
O pedido de afastamento foi feito pela Rede após a decisão proferida pelo Supremo na semana passada, que tornou Renan réu pelo crime de peculato. De acordo com a legenda, a liminar era urgente porque o recesso no Supremo começa no dia 19 de dezembro, e Renan deixará a presidência no dia 1º de fevereiro do ano que vem, quando a Corte retorna ao trabalho.
Votações
Agora sob o comando do senador Jorge Viana (PT-AC), o Senado tem a PEC do teto de gastos para votação em segundo turno, além de outras pautas.
Para Cristovam Buarque, apesar de o petista ser opositor ao governo, “é uma pessoa que sempre se pautou pelo respeito às decisões da Casa, da maioria”, e deve colocar as próximas pautas em discussão com os líderes partidários para ver se as mantém ou não.
No entanto, o senador do PPS ponderou que “se Jorge Viana quiser usar poder autocrático, ele pode usar. Mas não creio. Isso não tem sido uma prática comum. É muito difícil um presidente impor monocraticamente, ainda mais um que tenha as características de Jorge Viana”. (Com informação da Jovem Pan News)