A maioria tem de 20 a 29 anos, não utiliza equipamentos de segurança e usa bicicleta para trabalhar
Falta de atenção, transitar na contramão, uso de álcool e negligência. Estes são os principais fatores geradores de risco aos ciclistas. A conclusão é de um estudo feito pela Gerência de Estatística do Detran-DF (Gerest) com o objetivo de traçar o perfil dos ciclistas que se envolvem em acidentes fatais.
Considerando os dados de 2014, ano em que se registrou 22 mortes em acidentes envolvendo bicicletas, das quais 20 vítimas eram ciclistas e dois pedestres, verificou-se que o uso de substâncias psicoativas por parte dos ciclistas é um fator importante para a ocorrência de acidentes. De acordo com o estudo, dos 20 ciclistas mortos, a metade (10) apresentou resultado positivo para álcool ou droga.
A Gerest constatou que a maioria dos ciclistas vítimas de acidentes fatais tinha de 20 a 29 anos. Com média de escolaridade até o ensino fundamental, sendo a maior parte de autônomos ou trabalhadores da construção civil, serviços gerais ou comércio. Segundo o estudo, a bicicleta era utilizada como meio de transporte para a maioria das vítimas, apenas oito usavam somente para o lazer. A maior parte também não utilizava dispositivos de segurança para ciclistas. Apenas um usava todos os equipamentos. Oito não portavam qualquer proteção.
Todos os ciclistas mortos eram do sexo masculino. Já os pedestres, vítimas de atropelamento por bicicleta, um era do sexo feminino. Dentre os motoristas não houve vítimas fatais. A faixa etária mais frequente entre os condutores foi de 30 a 39 anos e a maioria tinha mais de dez anos de habilitação. Um motorista era inabilitado e outro permissionário. O automóvel foi o veículo automotor mais presente nos acidentes.
Dos 22 acidentes fatais envolvendo bicicletas, ocorridos em 2014, os locais mais críticos para os ciclistas foram a via N2 Norte, em Ceilândia, onde ocorreram duas mortes em que as vítimas estavam na contramão, e as rodovias distritais 003 e 180, nas quais se registrou duas mortes em cada uma delas. A maior parte dos acidentes foi de colisão e ocorreu no período noturno (das 18h às 23h59). Em 54% dos casos os ciclistas estavam na contramão. A pista de rolamento foi o principal local das ocorrências e o fim de semana concentrou 41% dos acidentes.
Educação
Para um trânsito seguro é fundamental a conscientização de todos os usuários das vias, lembrando que é dever do maior proteger o menor. O Detran tem investido em campanhas que alertam sobre o uso da bicicleta, os riscos do consumo de álcool e do excesso de velocidade. Em 2015 foram realizadas ações educativas com 5.800 ciclistas, já em 2016 as atividades atingiram 32.720 ciclistas.
No dia 15 de abril deste ano, Dia Mundial do Ciclista, o Detran lançou a campanha Ultrapasse. Não Passe, com o objetivo é incentivar o respeito dos condutores em relação aos ciclistas, assim como exemplificar na via pública a distância ideal que o motorista deve manter-se da bicicleta, além, é claro, de incentivar a ultrapassagem e não a passagem.
Lembramos que, conforme o Código de Trânsito Brasileiro, é infração média deixar de manter a distância de 1,5 metro ao passar ou ultrapassar a bicicleta; Infração grave não reduzir a velocidade de forma compatível com a segurança do trânsito ao ultrapassar o ciclista; Infração gravíssima dirigir ameaçando veículos como a bicicleta. Neste último caso, além da multa, o condutor está sujeito à suspensão do direito de dirigir, à retenção do veículo e ao recolhimento do documento de habilitação.
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