A gravação bombástica do empresário Joesley Batista negociando com o presidente Michel Temer (PMDB) a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) provoca arrepios no Palácio das Esmeraldas
Em 2014, em um negócio muito mal explicado, o governador Marconi Perillo (PSDB) deu um perdão de pouco mais de R$ 1 bilhão à empresa, que sofria com dívidas com o governo de Goiás.
Vale a pena relembrar o contexto da época. Em apenas três dias de tramitação na Assembleia, uma lei foi aprovada e teve validade de apenas uma semana. Com ela, o grupo JBS renegociou suas dívidas e, em vez de pagar R$ 1,3 bilhão, reduziu o valor para apenas R$ 320 milhões.
Além disso, foram permitidas isenção de todos os juros, multas e correção monetária para as empresas que quitassem 40% das dívidas totais à vista, com possibilidade de parcelamento do restante em cinco anos.
Em 2014, Júnior do Friboi começou a campanha no PMDB, mas, depois de reportagem de O Popular mostrando a dívida bilionária do grupo com o governo, ele anunciou a desistência do processo eleitoral. No meio da campanha, o empresário passou a apoiar o governo e, logo após a eleição do governador, a dívida foi renegociada.
Quase três anos depois, a JBS está novamente envolvida em escândalo de corrupção. Em Goiás, fica a expectativa de que os donos da empresa também divulguem em que condições ocorreu essa renegociação há dois anos.