O valor das taxas de condomínio é uma preocupação significativa no orçamento dos brasileiros, principalmente em momento de crise. Os gastos com energia, água e manutenção são decisivos na hora de comprar ou construir um imóvel
Quase 40% do investimento para economizar se paga em menos de 3 anos; veja as dicas para reduzir essas taxas, as construtoras e consumidores estão optando cada vez mais por metodologias ecológicas que, além de reduzirem o impacto no meio ambiente, geram uma economia de até 50% nos gastos com água, e 70% nas contas de energia.
“Essas metodologias são uma série de acessórios e sistemas que conseguem racionalizar e controlar o uso de recursos, e consequentemente promover esse impacto econômico. Qualquer residência pode usar, das mas antigas até as mais modernas. Algumas são bem simples e com retorno muito rápido”, explica Marcos Casado, diretor de desenvolvimento sustentável da empresa de consultoria Sustech Desenvolvimento.
De acordo com ele, os investimentos nesses métodos normalmente variam de R$ 500 a R$ 50 mil, mas tudo vai depender do tamanho do condomínio e dos custos de mão de obra. Destaca também que 40% das técnicas se pagam em menos de 3 anos.
Entre os acessórios mais simples estão os redutores de vazão, que são anéis colocados nas saídas de água para controlar a intensidade do despejo. Uma torneira comum consome cerca de 15,6 litros por minuto, com o anel essa quantidade cai para 6 litros por minuto, economia de até 30%.
Outra alternativa são os arejadores, acessórios com potencial econômico de 20% que reduzem o fluxo de água, mas mantém a sensação de volume e jato com utilização do ar, além dos sistemas de reutilização e tratamento de água, focados em aproveitar a mesma quantidade de água em diferentes atividades. Assim, por exemplo, a água utilizada para tomar banho pode servir posteriormente para abastecer as descargas.
Na área de energia, 8 lâmpadas fluorescentes podem ser substituídas por 6 de led e gerar a mesma iluminação, mas promover uma economia de 30%. Já um sistema simples de energia fotovoltaica permite que a energia elétrica seja utilizada apenas no período noturno, reduzindo os custos com eletricidade em até 60%.
Os acessórios mais simples se pagam em 6 meses ou um ano, dependendo do tamanho da habitação, já os sistemas mais complexos levam cerca de 2 á 5 anos para gerar retorno econômico.
O Spazio Solar Parque é o primeiro empreendimento da MRV no Brasil a utilizar células fotovoltaicas capazes de produzir energia elétrica (Foto: Divulgação)
O Spazio Solar Parque, localizado em Narandiba, possui um sistema avançado de células fotovoltaicas que convertem energia solar em energia elétrica. O diretor de Produção Regional da MRV, Maurício Raso, explica que essa energia é transmitida para a rede de distribuição da concessionária de energia local, e no final de todo mês, a concessionária realiza a compensação da energia consumida menos o valor da energia gerada pelo sistema do condomínio, possibilitando uma de redução de até 80% na conta de luz. "A expectativa é que em um ano a gente gere mais de 83 mil KWh", diz Raso.
Prédios mais horizontais e vidrados podem optar pelas pinturas refletivas e películas de controle solar, que impedem o aquecimento interno e reduzem o uso do ar condicionado.
Prédios prontos
Para os condomínios já construídos Rafael Valente, diretor de Gestão Sustentável da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-BA), alerta que os síndicos precisam avaliar se a aplicação de alguns métodos de fato são viáveis. O conselho é que os prédios prontos optem pela utilização das técnicas mais simples, como redutores de vasão e lâmpadas de led, pois estas são de fácil adaptação e não precisam das alterações estruturais.
"É muito mais fácil para os condomínios que estão sendo construídos, pois eles são planejados para isso. Apesar de já existirem algumas iniciativas em condomínios antigos, há algumas dificuldades, como a limitação de espaço para um reservatório de reaproveitamento de água ou adaptação de telhado para gerar energia solar. Mas tudo isso vai ser incorporado com o tempo, por enquanto, os síndicos podem investir nos métodos simples, que também geram economia significativa e contribuem com a natureza" sinalizou Rafael Valverde.
Marco Antônio é síndico do condomínio Palmeiras do Itaraí, localizado em Itapuã, e encontrou nos arejadores a solução para o alto consumo de água que causava controvérsia entre os moradores.
"A parcela da água chegava a quase R$ 100 para cada um dos 12 apartamentos. Depois que instalamos os arejadores em todas as torneiras do prédio essa parcela fica em cerca de R$ 60”, contou.
METODOLOGIAS QUE GERAM ECONOMIA E AJUDAM A NATUREZA
Redutores de Vazão: São anéis que controlam a quantidade de água que saí das torneiras. Custam cerca de R$ 15 e possuem um potencial econômico de até 30% nas contas de água.
Arejadores: Podem ser encontrados a partir de R$ 5,00 e geram economia de até 20%. Mistura ar no jato, dando a sensação de um volume maior saindo da torneira.
Sistema de Captação de Água Fluvial: Custa cerca de R$ 15 mil, mas podem gerar economia de até 50% nos custos com água.
Chuveiro de Baixo Consumo: Facilmente encontrados em lojas de materiais de construção por cerca de R$ 90. Capazes de gerar economia de até 40%.
Sistema de Separação de Água Cinza e Negra: É um sistema complexo que custa em média R$ 20. mil, mas provoca uma redução de até 45% nos gastos com água.
Lâmpadas Led: Também facilmente encontradas em casas de construções. Geralmente custam em torno de R$ 30 a unidade e, quando utilizadas, podem economizar até 30% nas contas de energia.
Sistema de Aquecimento Solar: Custa cerca de R$ 9 mil e pode gerar economia energética de até 70%.
Sistema Fotovoltaico Simples: Também conhecido como gerador de energia solar. Custa mais ou menos R$ 12 mil e tem potencial econômico de até 60% no consumo de energia.
Pintura Refletiva: Faz com que as paredes absorvam menos calor e assim diminui o uso de ar condicionado e ventilador. A lata de 18L sai em torno de R$ 240 e gera uma economia de até 25% nas contas de energia.
Película de Controle Solar: O metro pode ser encontrado por até R$ 30 e tem potencial econômico de 20%.
Sistema de Automação e Monitoramento: Possui a função de controlar o horário de funcionamento de elevadores e ar condicionados. Custa cerca de R$ 12 mil e reduz conta em até 50%.
Sensor de Luz Natural: Faz com que as luzes só acendam na ausência de sol. Pode ser encontrado por, em média, R$ 35 para gerar economia de 20% nas contas de energia.
Sensor de Presença: Faz com que as luzes só acendam quando alguém estiver presente no espaço. Custa cerca de R$ 40 tem potencial econômico de até 35% no consumo de energia.
Com informações do Correio 24 Horas.
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