Otimismo com a economia é o maior em três anos

Indicador de otimismo da Acrefi mostra que as boas perspectivas quanto à economia atingem 60% dos brasileiros. Projeção para o PIB é que ele fique 1,1 ponto percentual acima de 2018

Pela primeira vez desde 2015, o otimismo em relação à economia cresceu e atingiu 60% dos brasileiros. É o que revela a nova edição da pesquisa Perspectivas 2018 - Expectativa dos brasileiros com o Cenário Político e Social, realizada pela parceria Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi)/Kantar TNS e antecipada ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O levantamento foi feito nos primeiros dias que se seguiram à divulgação do resultado das eleições, entre 29 de outubro - um dia após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) - e 5 de novembro.

A pesquisa ouviu 1.000 pessoas em todas as regiões do Brasil, sendo 60% mulheres e 40% homens, sobre expectativas e impressões da população em relação à situação econômica do País, o governo e o impacto em suas decisões pessoais.

Segundo o levantamento, 66% dos entrevistados afirmaram que acreditam no crescimento do País e 52% na redução da taxa de juros. O sentimento de melhora das famílias, além da percepção da concessão de crédito para a população, também foi captado. Assim, 51% dos participantes acreditam que vai melhorar a oferta de crédito e 54% estimam que o consumo também acompanhará a expectativa.

Projeções feitas pelo Departamento Econômico da Acrefi apontam para uma expansão de 9% a 12% em 2019 para a modalidade crédito com recursos livres para pessoa física.

A resposta à pergunta sobre qual deve ser a prioridade do presidente eleito depois de tomar posse em 1º de janeiro está alinhada a alguns dos temas mais recorrentes da última eleição. Segurança, com 17%, e Oferta de Emprego, com 16%, se destacam em relação aos últimos resultados.

Embora 53% dos entrevistados ainda estejam atentos ou preocupados quanto aos seus empregos, quase 70% da população acredita que o mercado de trabalho irá melhorar nos próximos meses.

A propensão a realizar financiamentos cresceu ainda mais no atual levantamento, atingindo o melhor patamar da série histórica iniciada em 2015. Naquele ano, 19% dos participantes se diziam propensos a realizar financiamentos. Na pesquisa atual, 43% afirmaram estar propensos a financiamentos. Também aumentou a perspectiva em financiar autos (55%) e imóveis (47%).

Para Valkiria Garré, CEO da Kantar TNS Brasil, "o resultado da pesquisa demonstra um claro otimismo dos brasileiros e aumento de confiança, o que contribui para uma retomada de crescimento do País, com investimentos consistentes e expectativa em relação a novos empregos".

Mas se o sentimento em relação ao futuro é de otimismo, o cenário do presente ainda prevalece em alerta. Das mil pessoas ouvidas, 71% destacam que a situação do Brasil é ruim ou péssima

A pesquisa foi divulgada na manhã desta quinta-feira (22/11), pelo presidente da Acrefi, Hilgo Gonçalves, durante o 13º Seminário Internacional da entidade (SIAC 2018).

ACIMA DE 2018

A economia brasileira deverá crescer de 2,5% a 3% em 2019, segundo projeções feitas pelo Departamento Econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

No mínimo, o Produto Interno Bruto (PIB) ficará 1,1 ponto porcentual acima do que em 2018, ano para o qual a Acrefi projeta crescimento de 1,4%, vindo de 1% em 2017 - quando interrompeu sequência de dois anos de retração econômica no País.

Segundo o presidente da Acrefi, Hilgo Gonçalves, o melhor do cenário econômico previsto para 2019 é que mesmo com a expansão do PIB para perto do dobro do crescimento projetado para 2018, o Banco Central terá todas as condições para entregar no final do exercício a taxa de juro em 6,5% ao ano, no mesmo nível em que ela se encontra hoje, sendo o mais baixo desde a implementação do regime de metas para a inflação, em 1999.

Isso será possível porque mesmo com a economia reencontrando o caminho do crescimento, o número de desempregados ainda permanecerá elevado, sustentando alta ociosidade da capacidade instalada dos meios de produção e mantendo a inflação sob controle.

"Temos um cenário de juros que deve ficar em torno de 6,5% e uma inflação abaixo do teto da meta", disse Gonçalves. A projeção da Acrefi para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano que vem é de 4,2%, abaixo dos 4,4% esperados para este ano e abaixo do centro da meta de 4,25% fixado para 2019 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, o alvo estabelecido para o BC cumprir é de 4,5%.

A combinação juros e inflação baixa deverá, segundo o presidente da Acrefi, repercutir positivamente no mercado de crédito em 2019 especialmente na modalidade Crédito com Recursos Livres para Pessoa Física.

"Essa modalidade já acumulou expansão de 4,7% no ano no primeiro semestre e deve alcançar 7% em 2018. Para o próximo ano 2019, projetamos crescimento de 9% a 12%", disse Gonçalves, que abriu, na manhã desta quinta-feira (22/11) o 13º Seminário Internacional Acrefi (13º SIAC).

Otimista, o presidente da Acrefi considera que a aprovação do Cadastro Positivo, incluída na Agenda BC+ do Banco Central, poderá aumentar consideravelmente a oferta de crédito no mercado.

"No Chile, onde o Cadastro Positivo foi adotado há anos, o volume de crédito equivale a 100% do PIB. No Brasil, a fatia é de 46%, demonstrando que temos potencial para avançar e que, se utilizado de forma consciente, irá favorecer o crescimento sólido do Brasil", concluiu.

Edilayne Martins

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