Com saída de Moro, dólar dispara e ultrapassa R$ 5,70 e Bolsa tem forte queda


Moeda americana tem variação superior 40% somente em 2020; euro também tem forte alta e ultrapassa R$ 6 pela primeira vez

Dólar Foto: Reuters

Com a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do governo, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, abriu em queda nesta sexta, às 12h22, se encontrava em recuo de 9,58%, aos 72 mil pontos, menor valor do dia, mas, por volta das 12h40, caía em menor intensidade, cerca de 7%. 

Além das ações da Petrobrás, companhia brasileira que tem forte peso no Ibovespa, outras blue chips, ações de empresas de grande porte, foram fortemente afetadas pelo discurso do agora ex-ministro ministro da Justiça. Há pouco, Vale ON tinha queda de 2,21%. No caso da mineradora, operadores apontam que a alta do dólar ajuda a empresa, que tem receitas dolarizadas. Entre os bancos, Itaú Unibanco PN tem baixa de 6,53%, enquanto que Bradesco ON cai 11,01%, e os papéis PN recuam 9,20%. Banco do Brasil ON, estatal, tem a maior baixa do setor, de 13,19%. Santander Brasil Unit cai 7,99%.

Já o dólar iniciou as negociações desta sexta, em alta de quase 1%, e, às 11h15, atingiu R$ 5,71, mais novo recorde nominal da moeda americana, quando não se desconta a inflação. 

Nesta sexta, a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, foi oficializada via decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) e assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Moro afirmou, em coletiva, nesta sexta, que não assinou o decreto. Na quinta-feira, 23, ao ser comunicado por Bolsonaro sobre a decisão, Moro ameaçou deixar o governo, alegando que não poderia aceitar mudanças na chefia da instituição. A decisão de Bolsonaro ocorre uma semana depois da demissão de Luis Henrique Mandetta como ministro da Saúde.

O câmbio se mantém próximo do patamar de R$ 5,70. Somente em 2020, em meio a todo o caos econômico provocado pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e, em alguns momentos, por fatores de instabilidade política no País, a moeda americana já se valorizou quase 40%. Para se ter uma ideia, no início de janeiro, o câmbio estava próximo de R$ 4. No começo da semana, a cotação estava em R$ 5,28. 

Além do dólar, o euro, moeda oficial da União Europeia, também tem crescimento expressivo neste ano. São, desde janeiro, mais de 30% de apreciação frente ao real. No primeiro dia do ano, o valor da moeda do velho continente estava em R$ 4,50. Às 8h49 desta sexta, atingiu seu mais novo recorde nominal, ultrapassando, pela primeira vez, a marca de R$ 6, chegando a R$ 6,16. 
Mercados internacionais 

Em meio às incertezas em relação ao novo coronavírus, causador da covid-19, principalmente sobre a possibilidade de surgimento de um novo medicamento que seja capaz de tratar a doença de forma eficiente, os mercados internacionais operam em queda generalizada nesta sexta-feira, 24. Esse movimento reverte a posição de ganhos dos últimos dois dias. Na Ásia, os mercados fecharam em queda, e, na Europa, os índices abriram as negociações do dia em baixa. 

Há relatos iniciais de que estudos da empresa americana Gilead Sciences com o antiviral remdesivir para tratar o coronavírus fracassaram. Há alguns dias, os mercados tiveram uma alta generalizada por conta da possibilidade de um remédio conseguir combater, segundo relatos iniciais, de maneira efetiva a pandemia. Com essa possibilidade, agora, anulada, ao menos por enquanto, os índices refletem novamente as incertezas do mercado.

Por LUCIANA XAVIER, SILVANA ROCHA, SEGIO CALDAS, MATHEUS PIOVESANA E FELIPE SIQUEIRA  do Estadão.

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

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