Junta Comercial quer serviço público transparente, rápido e justo, diz Walid de Melo


O presidente da autarquia explica que a tecnologia auxiliará outros órgãos do GDF, a criação de políticas públicas e a vida do empresário 


Foto: Lúcio Bernardo Jr.


Responsável pela vida formal dos empresários de Brasília, a Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Distrito Federal (Jucis-DF) enfrentou grandes desafios para garantir menos burocracia, agilidade e transparência ao setor produtivo.

Mesmo sem orçamento no ano passado, a autarquia conseguiu atingir as metas. O número de empresas que abriram – incluindo microempreendedor individual (MEI) – aumentou quase 10%, entre julho de 2018 a junho de 2019, em comparação com o mesmo período em 2020. O órgão também zerou filas de atendimento, se tornou 100% digital e é modelo para todo o Brasil. 

Em entrevista à Agência Brasília, o presidente da Jucis-DF, Walid de Melo, destaca as principais ações do órgão desde que passou a integrar a estrutura administrativa do governo local, em julho de 2019, por meio da Lei Distrital nº 6.315. Ele ressalta o esforço para garantir um sistema de integração que tenha um banco de dados e permita auxiliar outros órgãos do GDF, a criação de políticas públicas e a vida do empresário.

Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista.
Foto: Lúcio Bernardo Jr.

1-) Desde que o senhor assumiu a gestão, de que forma a Jucis conseguiu promover o avanço do setor produtivo?

O governador Ibaneis Rocha, que lutou tanto para trazer a Junta Comercial para o DF, nos pediu transparência e celeridade para o setor empresarial, e conseguimos fazer isso. Quando assumimos, em julho de 2019, cerca de 400 pessoas esperavam na fila – inclusive fora do prédio – para ser atendidas, e acabamos com essa situação. Em dezembro, tornamos a junta 100% digital, criamos um chat para ser um canal direto de ajuda aos usuários e aderimos ao teletrabalho com o objetivo de diminuir os custos aos cofres públicos. Tudo isso sem orçamento. Também contamos com apoio da Federação das Indústrias [do DF] para fazer treinamentos com os empregados e viagens para conhecer o funcionamento de outras juntas [comerciais].
O governador Ibaneis Rocha, que lutou tanto para trazer a Junta Comercial para o DF, nos pediu transparência e celeridade para o setor empresarial, e conseguimos fazer isso.

2-) Em dezembro do ano passado, a Jucis passou a ser 100% digital. O que mudou, na prática?

A modernização zerou as filas, e os empresários não precisam mais se deslocar à sede da junta para abrir, regularizar ou baixar empresas. Tudo é feito pela internet. Apenas casos específicos são atendidos presencialmente, por meio de agendamento. Dessa forma, saltamos para a primeira posição no ranking da receita federal, que mede o tempo médio de abertura de empresas. Quando assumimos a junta, havia um estilo de trabalho diferente. Aumentamos a carga horária e fizemos uma mudança de paradigma. A gente não compactua apenas com o emprego em si, mas com a entrega de um bom trabalho.
A gente não compactua apenas com o emprego em si, mas com a entrega de um bom trabalho.

3-) Este ano, a Jucis tem orçamento. Quais são as prioridades? 

Com o montante de R$ 21 milhões, estamos investindo na higienização do banco de dados, pois há muitas informações erradas. Quando vamos fazer uma busca no sistema para um relatório, por exemplo, não conseguimos encontrar todas as informações. Nosso maior objetivo para este ano é investir em um sistema de integração de informações. Dessa forma, vamos auxiliar outros órgãos do governo e até mesmo na criação de políticas públicas, pois teremos mais detalhes sobre o setor empresarial. Não basta que a gente seja a melhor junta [comercial] do Brasil, queremos ser a melhor para o DF.
Queremos um banco de dados rico para ajudar os usuários na hora de abrir um negócio e evitar que ele tenha que ser fechado porque não tinha um estudo prévio. E é importante deixar claro que investir em tecnologia e digitalização não é diminuir a quantidade de servidores. Quando investimos em inteligência artificial, abrimos um leque para que esse pessoal possa dar atenção a outros projetos e produtos e não fique apenas na função de arquivamento de documentos.
Nosso maior objetivo para este ano é investir em um sistema de integração de informações.

4-) Quais as medidas que a Jucis tomou para que, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, o setor produtivo continue crescendo? 

Graças ao trabalho que fizemos antes da pandemia, conseguimos seguir o ritmo. Desde que assumimos, temos preocupação com a economia dos cofres públicos. Começamos a sair da idade da pedra, implementamos o teletrabalho, o chat gratuito – que atende em média 5 mil pessoas mensalmente –, e o atendimento digital é uma exceção. Quando tivermos um sistema moderno, vamos conseguir criar mais serviços.

5-) Com relação à taxa para empresários, há previsão de um reajuste? 

Antes, a junta pertencia a União. Agora ela é uma autarquia, ou seja, não sobrevive mais com o dinheiro do governo federal. Estamos estudando atualizar a tabela de preço, mas por conta da pandemia, adiamos um pouco. É importante ressaltar que, desde o início da gestão, trabalhamos para que o serviço público seja transparente, rápido e com um preço justo.
As taxas seguem a média do país. Reforço que, quando tivermos um sistema mais seguro e eficaz, poderemos dar um retorno maior aos usuários. Queremos fazer de forma que afete o mínimo possível, principalmente para aqueles que têm menos recursos, mas precisamos manter ou aumentar a arrecadação. Mais para a frente, quando tivermos uma junta mais segura, com mais produtos, poderemos diminuir essas taxas.

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

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