Monkeypox: estigmatização da doença pode ser obstáculo para controle; febre alta e inchaço nos gânglios são sinais de alerta

Além do contato sexual, beijo, massagem e esportes de contato físico também podem levar à transmissão do vírus

Primeiro caso de monkeypox foi registrado no Brasil no mês de junho, atualmente são mais de 3.700 infectados
Créditos: Envato

O contador Thiago Leite havia acabado de passar férias em Nova York. Chegou num domingo no Brasil e na quinta-feira seguinte já estava com febre alta. A primeira suspeita foi uma gripe. Tomou o remédio que sempre usa nesses casos, mas a febre persistia. No dia seguinte, além da febre, surgiram feridas nas genitais e ínguas na virilha. Com esses sintomas, não teve dúvidas e procurou atendimento médico. 

“Quando senti a febre, acreditei estar com gripe. O cansaço da viagem e a mudança de clima, tudo acaba sendo favorável para isso. Mas quando surgiram as feridas, fiquei assustado e procurei o Pronto Atendimento. A médica não identificou as lesões como IST (Infecção Sexualmente Transmissível) e, de imediato, alertou a infectologista. Foi quando a suspeita do monkeypox surgiu”, conta Thiago. 

O primeiro caso de monkeypox ou varíola dos macacos foi registrado no Brasil no mês de junho e hoje já são mais de 3.700 infectados pela doença, mais de 4 mil suspeitas e uma morte confirmada em Minas Gerais. Os principais sinais são dores musculares, na cabeça e calafrios, febre alta e persistente, e inchaço dos gânglios. “É importante ficar atento aos sintomas da doença e procurar atendimento médico o quanto antes. Além da medicação, é necessário isolamento por sete dias”, explica a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens. “É uma doença que já está sendo estigmatizada e temos que mudar isso”, ressalta.

Como se proteger da doença

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão do vírus ocorre pelo contato próximo com uma pessoa infectada, especialmente com essas lesões. Também é possível contrair o vírus por meio de secreções respiratórias, fluídos corporais, ou objetos, tecidos e superfícies utilizadas pela pessoa contaminada.  

“Muitos acreditam que a transmissão se dá apenas pela atividade sexual, mas beijo, massagem e esportes corpo a corpo com as pessoas que têm as lesões, também podem transmitir o monkeypox”, frisa a infectologista.

Vacinas

A partir de setembro, as vacinas serão entregues no Brasil em três lotes. As doses serão direcionadas aos profissionais da saúde que tenham contato direto com pacientes infectados. Ao todo, 25 mil pessoas serão imunizadas, considerando que são necessárias as aplicações de duas doses para completar o ciclo vacinal. As unidades serão produzidas pelo laboratório Bavarian Nordic, que disponibilizou 100 mil doses para a América Latina.


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