Pesquisa que prevê irrigação sustentável é desenvolvida por estudantes do ensino fundamental

Os alunos realizaram entrevista com um agricultor familiar da região sobre o método de hidroponia utilizado
Crédito: divulgação

 Os alunos Yohan Donat Passos, Leonardo de Oliveira Mugnaini e Cauã Pedro Eggert, todos de 13 anos, do Colégio Semeador, de Foz do Iguaçu, estiveram na final da Febrace (21.ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), da Universidade de São Paulo (USP). Com o projeto “Hidroponia sustentável: sistema de irrigação que gera energia para pequenas propriedades rurais”, os estudantes têm como objetivo melhorar a produção hidropônica, tornando-a sustentável, com a ideia de reutilizar a água da irrigação para gerar energia suficiente para o sistema de irrigação se tornar autossustentável. Contribuindo, assim, para o pequeno produtor economizar energia, e, consequentemente, diminuir o custo da produção.

Os colegas se destacaram na Mostra Brasileira de Inovação, Pesquisa Científica e Empreendedorismo (Mobipe), realizada pelos colégios do Grupo Positivo. “No início, a gente não tinha grandes expectativas. Mas o tempo foi passando, a gente viu que o nosso projeto era bom, tanto que esteve entre os escolhidos pelo Grupo Positivo para passar pela seleção da Febrace. E isso, para nós, já foi uma conquista enorme. Vendo os resultados, passamos a nos dedicar ainda mais, até que chegamos à tão sonhada final. Sem dúvida, é uma das nossas maiores conquistas, porque, no início, era realmente algo inimaginável. Mas agora estamos muito felizes por termos conseguido chegar até aqui. Afinal, foi um esforço em conjunto: os colegas, os professores... E essa vitória merece ser celebrada”, comemora Leonardo, que, ao lado dos colegas Cauã e Yohan, concorreu na semifinal da Febrace com mais de 500 projetos, chegando à final entre os 200 melhores do Brasil. 

Dedicação total: da pesquisa de campo à compra de insumos

A fim de buscar respostas para ver a viabilidade do projeto, os colegas realizaram pesquisas bibliográficas com consultas a artigos científicos, reportagens e textos sobre os temas abordados, além de uma entrevista com um agricultor familiar da região sobre o método de hidroponia utilizado. A partir disso, elaboraram o projeto de sistema hidropônico sustentável utilizando a plataforma "Tinkercad". Depois, fizeram o levantamento de um orçamento de materiais e insumos necessários para o sistema proposto ser aplicado na região de Foz do Iguaçu, no Paraná.

Com base no levantamento, eles observaram que os custos dos materiais eram baixos  (totalizando, para um metro quadrado, em média R$ 30). Já em relação aos adubos (de frutificação e folhagem) necessários, houve variação de R$ 20 a R$ 55, na época, para uma quantidade de 1000 L de água. “Para gerar energia, o sistema permite que a queda de água tenha força suficiente para que uma roda d'água acoplada a um cano, funcione como uma bomba de água, tornando o sistema renovável, e, por consequência, sustentável”, explica Roberta Carvalho, professora de Ciências e de Laboratório e orientadora dos alunos no projeto.

“Essa é a prova real do quão importante é o incentivo à pesquisa que o colégio oferece por meio da Mobipe. Ver o desenvolvimento deles ao longo do projeto foi muito gratificante. Eles aprenderam muito sobre metodologia científica e  buscar por fontes confiáveis”, afirma.

Ela destaca que ter chegado à final da Febrace é uma grande conquista e, de certa forma, uma surpresa, pois “percebemos que muitos alunos concorrentes eram mais velhos, alguns já indo para o Ensino Médio. Mas isso mostra também a maturidade e a seriedade com que eles desenvolveram o projeto de pesquisa”, avalia. “Como professora, me sinto absurdamente orgulhosa, e tenho certeza de que eles vão trilhar um caminho que vão se orgulhar, independentemente de qual seja”, comemora.

“Ver os alunos se interessando pela pesquisa e ciência é emocionante. Eles estão super motivados com as demandas nessa reta final e empolgados com a oportunidade de apresentar o projeto idealizado por eles em uma feira tão importante como a Febrace”, afirma Priscila Garcia, professora de Geografia e coorientadora do projeto.

Febrace

A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, que anualmente realiza uma grande mostra de projetos na Universidade de São Paulo (USP). A intenção é incentivar a criatividade e a reflexão em estudantes da Educação Básica por meio de projetos com fundamento científico, nas diferentes áreas das Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. A mostra de 2023 será presencial e aconteceu entre os dias 20 e 24 de março, e conta com 200 projetos finalistas, de 27 estados. www.febrace.org.br

Sobre a Mobipe

A Mostra Brasileira de Inovação, Pesquisa Científica e Empreendedorismo (Mobipe), do Colégio Positivo, expõe experimentos científicos de diferentes áreas do conhecimento, com projetos de alunos do Ensino Fundamental II, Ensino Médio, Técnico e de cursos pré-universitários, do ensino público e particular de todo o Brasil.  

Os próprios alunos escolhem um tema de relevância social, ambiental ou tecnológica e trabalham a pesquisa científica, desde os levantamentos bibliográficos e de campo, passando pela coleta de dados, experimento e análise de resultados, tratamento de informações, até a conclusão, montagem do painel de apresentação e finalização do Diário de Bordo – a memória de todo o projeto. Depois da apresentação, arguição e avaliação, os projetos que se destacaram no evento pelo teor científico, pela abordagem criativa e/ou inovadora participam de uma banca de professores que seleciona um ou dois projetos - conforme determinação da Febrace - para representar o Colégio Positivo neste evento que é o maior do gênero no país.

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