Segundo relatório da Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas), 62 milhões de pessoas vivem com a doença nas
Américas, das quais 40% não sabem que a tem.
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Créditos:Shutterstock |
O avanço dos casos de diabetes no mundo tem preocupado especialistas, dada as complicações que essa síndrome metabólica pode causar. Algumas destas complicações são: retinopatia diabética (lesões na retina do olho, que provocam a perda da acuidade visual); nefropatia diabética (alterações nos vasos sanguíneos dos rins, que podem reduzir sua função lentamente ou até levar à sua paralisação total); infarto do miocárdio e acidente vascular; pé diabético (quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve ferida).
Essa apreensão dos profissionais se
justifica pelo fato de a doença, muitas vezes, não manifestar sintomas
aparentes e o enfermo conviver com essa condição por anos até desenvolver os seus
quadros mais graves. “O diabetes é uma doença que, muitas vezes, não tem
sintomas. Ou seja, ela pode ser assintomática e isso protela bastante o
diagnóstico e o tratamento da doença”, ressalta o médico José Couto de Souza, endocrinologista
do Hospital São Francisco, pertencente ao Grupo Kora Saúde.
Para conscientizar a população sobre a
doença, foi instituído o Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de
junho. A data tem como objetivo reforçar
o conhecimento das causas, tratamento e da prevenção dessa síndrome metabólica
crescente no mundo todo.
Essa síndrome se caracteriza pela
incapacidade de o organismo produzir insulina (hormônio produzido pelo pâncreas,
responsável pela manutenção do metabolismo da glicose). A sua falta provoca
déficit na metabolização da glicose, fazendo com que os níveis de açúcar no
sangue se elevem em concentrações que podem representar riscos à saúde.
De acordo com o endocrinologista, quando um
indivíduo apresenta glicemia (concentração de glicose no sangue) em níveis
acima de 200 mg/dL ou 300 mg/dL, por muito tempo, ele começa a apresentar
sintomas característicos como urinar muito (poliúria), sentir muita sede (polidipsia)
e muita fome (polifagia), perder de peso (mesmo com alimentação adequada), sentir
fadiga, cansaço, desânimo e mal-estar. “Em situações mais graves, ou seja,
quando a glicemia está acima de 600 mg/dL, o indivíduo corre o risco entrar em
coma”, destaca o médico.
Estimativas da Sociedade Brasileira
de
A Opas indica ainda que, desse total de 62
milhões de pessoas, 40% não sabem que têm a doença e 284 mil morreram em
decorrência dela em 2019.
Apesar de o diabetes não ter cura, é
possível manter os níveis de glicose bem controlados. Para isso, a
endocrinologista do Hospital Anchieta Gabriella Mendes dá algumas dicas. “O
diabetes não tem cura, mas tem controle. Podemos manter os níveis de glicose
bem controlados com as mudanças no estilo de vida e o uso de medicações”,
afirma a médica.
A médica afirma ainda que a prática de
exercícios físicos regulares pode, inclusive, prevenir o diabetes. “O modo de
prevenir o diabetes e o pré-diabetes é ter um hábito de vida saudável. Ou seja,
fazer exercícios físicos regularmente, evitar o tabagismo e ter uma alimentação
saudável, que consiste em evitar os açúcares e alimentos industrializados,
reduzir a ingestão de carboidratos e aumentar a ingestão de verduras, legumes e
frutas”, pontua a endocrinologista.
Ela também alerta para um quadro clínico
ignorado por muitas pessoas: o pré-diabetes. “O pré- diabetes é definido quando
os níveis de glicemia estão fora do valor normal, mas ainda não tão altos
quanto níveis de diabetes. Ou seja, a glicemia de jejum está entre 100 e
125mg/dL, a glicemia após 2 horas na curva glicêmica está entre 140 e 199mg/dL
e a hemoglobina glicada (que é a média da glicemia dos últimos 3 meses) está
entre 5,7 e 6,4%”, pondera a doutora Gabriella.
Tratamento
Como o diabetes pode ser divido em dois
tipos: 1 e 2, os tratamentos também se diferenciam conforme as causas de cada
tipo.
O de tipo 1 atinge cerca de 5% a 10% dos
diabéticos e é causado por defeito do sistema imunológico, em que os anticorpos
atacam as células que produzem a insulina. Ao falar sobre o tratamento desse
tipo, a doutora destacou as novidades já utilizadas pela medicina. “No diabetes
tipo 1, as novidades são as medicações imunoterápicas que ainda estão em
estudo. Um dos objetivos destas medicações é retardar o desenvolvimento da
doença já que o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune. Recentemente, os
Estados Unidos aprovaram o Teplizumab, o primeiro medicamento com esse
mecanismo de ação. Além disso, tem estudos sobre o transplante de pâncreas e
estudos para o aperfeiçoamento do pâncreas artificial”, explica a médica.
Já o tipo 2, é mais prevalente e acomete
cerca de 90% dos diabéticos. Acontece em razão de resistência à insulina
desenvolvida em decorrência de maus hábitos alimentares. “No diabetes tipo 2, a
última novidade são os análogos de GLP-1 orais (o primeiro é o Rybelsus, que é
a Semaglutida oral - mesmo componente do Ozempic) e o Tirzepatida, que é o
primeiro medicamento coagonista do GLP e GIP e pretende ser uma medicação que
irá revolucionar o tratamento do diabetes”, explica.
Um grande desafio relacionado à doença,
segundo a médica, é garantir à população o acesso ao tratamento e ao
acompanhamento adequado para o controle da doença. “Esse tratamento adequado é
importante para reduzir o número de complicações que impactam tanto na
qualidade de vida do indivíduo quanto oneram o sistema de saúde”, pondera a
doutora Gabriella Mendes.
Sobre
a Kora Saúde
Um
dos maiores grupos hospitalares do país, a Kora Saúde possui 17 hospitais
espalhados pelo Brasil e está presente no Espírito Santo (Rede Meridional nas
regiões de Cariacica, Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila Velha, e São
Mateus); Ceará (Rede OTO, todos em Fortaleza); Tocantins (Medical Palmas e
Santa Thereza na cidade de Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus em
Cuiabá); Goiás (Instituto de Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e Distrito
Federal (Hospital Anchieta e Hospital São Francisco). O grupo possui mais de 2
mil leitos no país e 11 mil colaboradores. A Kora Saúde oferece um sistema de
gestão inovador, parque tecnológico de ponta e alta qualidade hospitalar, com o
compromisso de praticar medicina de excelência em todas as localidades onde
está presente.