Primeiro eles, depois a saúde pública! Crianças são as maiores vítimas

Imagem de Freepik gerada por IA

Crianças são as maiores vítimas da greve dos médicos no DF, lotando os setores de urgência e emergência dos hospitais públicos. População sofre com atendimento limitado. Descumprimento da justiça e denúncias de irregularidades aumentam  clima de revolta.

Crianças são as maiores vítimas da greve dos médicos no DF, lotando os setores de urgência e emergência dos hospitais públicos. População sofre com atendimento limitado. Descumprimento da justiça e denúncias de irregularidades aumentam  clima de revolta

Nem mesmo a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que impôs uma multa de R$ 200 mil por cada dia de paralisação, fez com que os médicos do DF suspendessem a greve e retornassem ao trabalho.

Os médicos da rede pública de saúde do DF estão em greve desde o dia 3 de setembro, mês considerado pela categoria como estratégico para pressionar o governo.

Esse período do ano é conhecido por sobrecarregar os hospitais devido ao clima seco e à baixa umidade, fatores que afetam severamente a saúde da população na região do Planalto Central, especialmente no Distrito Federal.

Os salários dos médicos no DF não são mixaria como o salário da maioria das outras categorias do serviço público.

Eles recebem entre R$ 20 mil e R$ 80 mil por 20 ou 40 horas de trabalho, onde muitos nem cumprem a meta.

Quando questionados sobre o motivo de não deixarem o "sacrificante serviço público", a resposta mais comum entre os profissionais é que a função lhes garante uma aposentadoria confortável no futuro.

A falta de fiscalização ou controle que assegure o cumprimento da carga horária pelos profissionais é flagrante no sistema de saúde pública do DF.

Surgem denúncias sobre um mecanismo de abonação de presença, permitindo que médicos sejam pagos mesmo sem comparecer ao plantão.

Não surgiu, até hoje, secretário ou secretária de saúde que tenha "sangue no olho" para implantar a tecnologia facial como forma de registrar entrada e saída do profissional do trabalho.

O corporativismo fala mais alto. Todos resistem à ideia de trabalhar sob a vigilância do Estado, que paga os seus altos salários.

Muitos dos médicos da rede pública possuem consultórios particulares, trabalham em hospitais privados ou até mesmo são proprietários de unidades de saúde particulares.

Uma pergunta: como conciliar tantos interesses ? Quem deveria cumprir 20 horas, sai antes do período contratado, eis a resposta mais acertada.

Enquanto isso, a população sofre as consequências desse cenário.

A maioria das vítimas são idosos e crianças com gargantas arranhadas e respiração ofegantes.

As doenças respiratórias atingem a maioria dos brasilienses nesta época do ano.

Ontem e hoje pela manhã, dezenas de pais com seus filhos doentes, vítimas da densa fumaça que cobre a cidade, lotavam a recepção do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) em busca de atendimento médico. A indignação por falta de profissionais, foi geral.

De acordo com o artigo 24 do Código de Ética Médica, os médicos têm o direito de realizar greves, desde que assegurem o atendimento em casos de emergência e urgência.

No entanto, parece que muitas vezes quem clama por ajuda é deixado de lado.  A regra desta greve é: primeiro eles, depois a população!

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