Se antes os golpes digitais eram considerados “coisa de filme” ou algo distante da realidade corporativa, hoje eles fazem parte do dia a dia das empresas — inclusive das gigantes. Uma nova pesquisa conduzida pela DocuSign em parceria com a Onfido revela um cenário preocupante: grandes empresas podem amargar perdas de até US$ 50 milhões por ano por causa de fraudes digitais.
Os dados foram coletados a partir de entrevistas com 1.400 profissionais de tecnologia da informação e segurança digital, em 14 países, incluindo o Brasil. O levantamento deixa claro que os ataques estão mais frequentes e sofisticados, exigindo uma resposta rápida, estratégica e cada vez mais tecnológica.
O que está acontecendo?
De acordo com o estudo, 88% das empresas entrevistadas enfrentaram algum tipo de golpe digital nos últimos 12 meses. Isso inclui desde fraudes de identidade e roubo de credenciais até invasões mais complexas. O que mais preocupa os especialistas é a evolução dessas ameaças — 58% dos líderes ouvidos afirmam que os ataques estão mais difíceis de detectar e, portanto, mais perigosos.
O calcanhar de Aquiles: a verificação de identidade
Entre os principais pontos vulneráveis apontados pelas empresas, está a verificação de identidade. Apesar de ser um passo essencial para garantir a segurança das interações digitais, ainda é um processo com muitas falhas e inconsistências, especialmente quando realizado de forma manual ou com sistemas defasados.
Por isso, 71% das empresas estão revendo suas estratégias de autenticação, apostando em soluções mais avançadas — como biometria, reconhecimento facial, verificação automatizada de documentos e, principalmente, o uso de inteligência artificial para detectar padrões suspeitos em tempo real.
As consequências vão além do financeiro
Os prejuízos diretos causados por fraudes podem ser altos, mas o impacto vai além do dinheiro. A confiança dos clientes, a imagem da marca e até a continuidade dos negócios ficam em risco. Em muitos casos, um único incidente de segurança pode comprometer a reputação construída ao longo de anos.
E o que nós, como usuários, temos a ver com isso?
Muito mais do que parece.
Cada vez que usamos um serviço digital — seja para abrir uma conta, assinar um contrato ou fazer uma compra — estamos inseridos em um ecossistema de segurança que precisa funcionar bem para todos. E, embora a responsabilidade técnica seja das empresas, a prevenção começa com pequenos cuidados de cada usuário:
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Desconfiar de e-mails e mensagens com links suspeitos;
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Evitar repetir senhas em diferentes serviços;
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Ativar a autenticação em dois fatores sempre que disponível;
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Manter softwares e aplicativos atualizados.
O aumento dos golpes digitais mostra que a segurança online não é mais opcional — é essencial. Para as empresas, o investimento em tecnologias de proteção é uma questão de sobrevivência. Para nós, consumidores, a atenção aos detalhes pode ser a diferença entre segurança e prejuízo.
Se o mundo é cada vez mais digital, a responsabilidade por mantê-lo seguro também é cada vez mais coletiva.