Pouca gente está prestando atenção, mas o setor de telecomunicações brasileiro está prestes a enfrentar uma virada de chave que vai muito além da troca de sistemas ou da burocracia tributária. A chamada NFCOM — Nota Fiscal Fatura de Serviço de Comunicação Eletrônica — entra em vigor em novembro de 2025 e promete redesenhar a forma como as operadoras emitem, controlam e reportam suas receitas. Um desafio técnico? Sem dúvida. Mas, mais do que isso, uma transformação estrutural.
Quem chama a atenção para o tamanho dessa mudança é Carolina Schmid, CEO e CFO da Cleartech, empresa que há mais de duas décadas respira regulação, dados e tecnologia aplicada ao setor. Em conversa com o blog, Carolina foi direta: “A NFCOM exige uma transformação profunda nos processos e na governança tributária das empresas. Nosso objetivo é justamente facilitar essa jornada de adaptação, conectando prestadoras com especialistas e apresentando caminhos seguros e eficientes.”
E ela tem razão. Segundo dados da Anatel, estamos falando de impactos sobre mais de 300 milhões de contratos ativos em telefonia móvel, fixa e banda larga. Ou seja: toda a cadeia de telecomunicações terá que se adaptar — e rápido. Da atualização de cadastros e CRMs à integração de sistemas de billing e contabilidade, as exigências vão exigir reengenharia interna e visão estratégica.
A boa notícia? A Cleartech quer liderar esse processo de transição. No próximo dia 17 de junho, em São Paulo, a empresa realiza o 1º Cleartech Summit: NFCOM, evento gratuito que vai reunir representantes da Anatel, TelComp, Abramulti, Teletime, IXC e especialistas do setor para discutir os caminhos possíveis — e as armadilhas a evitar — nessa mudança. Você pode se inscrever neste link: https://summit.cleartech.com.br/
“Ignorar ou postergar essa adequação pode comprometer a cadeia de faturamento, a continuidade operacional, gerar penalidades e afetar a confiança do mercado”, alerta Carolina. E se engana quem pensa que isso é exagero técnico. A não emissão da NFCOM ou a sua emissão incorreta pode, sim, travar receitas e expor as operadoras a riscos jurídicos e reputacionais.
E não para por aí. Com a Reforma Tributária em debate no Congresso, o ambiente fiscal brasileiro está cada vez mais exigente. “A NFCOM não é apenas uma obrigação fiscal. Ela pode ser uma oportunidade real de modernizar sistemas legados, aumentar a transparência das receitas e melhorar o relacionamento com os órgãos reguladores”, completa a executiva.
A leitura que fica é clara: a NFCOM está batendo à porta e o setor precisa deixar o modo reativo para entrar no modo estratégico. Mais do que cumprir prazos, o momento exige visão de futuro, eficiência e integração.