 |
| Fachada do Hospital Neurológico (Foto: Divulgação |
Da tomografia pioneira às cirurgias estereotáxicas e ao protocolo moderno de AVC, instituição goiana chega ao cinquentenário como referência nacional em assistência neurológica
Cinco décadas depois de sua criação, o Instituto de Neurologia de Goiânia (ING), conhecido popularmente como Hospital Neurológico, mantém o espírito pioneiro que marcou sua origem em 1975. A instituição, referência em neurologia no Centro-Oeste e reconhecida nacionalmente por sua qualidade assistencial, chega aos 50 anos celebrando avanços que transformaram o diagnóstico, o tratamento e a forma de cuidar de pacientes neurológicos no Brasil.
A história começou ainda nos anos 1970, quando neurologistas e neurocirurgiões da cidade decidiram unir suas equipes em um único centro especializado — ideia tornada realidade pelo neurocirurgião Orlando Martins Arruda, que articulou a integração dos profissionais e a criação do Instituto. “Éramos oito e percebemos que a palavra ‘instituto’ representava mais do que um hospital: significava também ensino, pesquisa e especialização”, relembra o neurologista Sebastião Eurico Melo-Souza, um dos fundadores. O primeiro atendimento ocorreu em uma unidade arrendada, até que, em 29 de novembro de 1975, foi inaugurada a sede própria, marco definitivo para o fortalecimento da neurologia em Goiás.
Com o tempo, o ING introduziu tecnologias que mudaram o prognóstico de milhares de pacientes. A tomografia computadorizada chegou poucos anos após a abertura; a ressonância magnética, cerca de uma década depois. Vieram também o crescimento estrutural, a ampliação de leitos, o fortalecimento do ensino e a criação de serviços inovadores, como a cirurgia estereotáxica, desenvolvida pelo neurocirurgião Luiz Fernando Martins, após treinamento na Alemanha. O avanço atraiu pacientes de todo o país e consolidou o hospital entre os mais completos da área neurológica.
Entre os serviços de maior impacto está o Centro de Tratamento de Epilepsia (CTE), que tornou o ING uma referência nacional. Há mais de 40 anos, o hospital oferece atendimento especializado, diagnóstico avançado, monitorização de alta complexidade e procedimentos cirúrgicos, incluindo cirurgias estereotáxicas. O programa reúne uma equipe multidisciplinar e tecnologia de ponta para acompanhar o paciente em todas as etapas do cuidado, sendo considerado um dos mais importantes centros cirúrgicos de epilepsia do Brasil.
A evolução no cuidado também se reflete no avanço do protocolo de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O neurologista Iron Dangoni Filho destaca que, ao longo de cinco décadas, o hospital incorporou novas metodologias, equipamentos e treinamentos. “O que antes dependia apenas de radiografia passou a contar com exames de alta precisão e fluxos muito mais rápidos. Hoje o ING é certificado pela iniciativa Angels, após uma série de avaliações que demonstram nossa capacidade em atender pacientes com AVC com excelência”, afirma.
A rapidez no atendimento às urgências é outro diferencial, como explica o neurologista Marco Aurélio Fraga Borges. “O AVC, antigamente, recebia apenas cuidados de suporte. O tratamento específico surgiu na década de 1990 e, aqui no hospital, foi implementado em 2001. Desde então, transformamos um procedimento em um programa estruturado. Atualmente, somos o único hospital em Goiânia com neurologista 24 horas na emergência e toda a tecnologia necessária para tratar o AVC nas primeiras 24 horas”, diz. Para ele, o futuro é de ainda mais inovação: “Queremos criar, inovar e ampliar nossa capacidade de atendimento para Goiás e estados vizinhos”.
Hoje, o Instituto de Neurologia de Goiânia reúne um parque tecnológico moderno, UTI, pronto-socorro 24h, centro de ressonância, hemodinâmica, centro cirúrgico e diversas unidades de atendimento. Desde 2021, integra a Kora Saúde, o que ampliou a estrutura e potencializou investimentos em tecnologia e capacitação.
Cinco décadas depois, o ING mantém o propósito que motivou sua fundação: oferecer cuidado especializado, atualizado e humano. A instituição celebra 50 anos reafirmando seu legado de pioneirismo e seu compromisso em seguir transformando a neurologia no Brasil.
