Fraga quer morar na cidade da propaganda de Rollemberg

Em entrevista concedida ao blog nesta quinta-feira, o deputado federal e presidente do DEM/DF, Alberto Fraga, explicou o motivo de ter votado contra o processo que investiga o presidente Michel Temer por corrupção, bem como se sua pré-candidatura ao Palácio do Buriti permanece ou não de pé

Resultado de imagem para fraga
Fraga também respondeu sobre o áudio em que aparece supostamente discutindo propina na época em que era secretário dos Transportes do governo José Roberto Arruda. Com relação ao áudio, o parlamentar mostrou dois vídeos para a reportagem, onde o ex-presidente da cooperativa Coopatag, Josenildo dos Santos, afirma que o ex-secretário não participou de nenhum esquema de corrupção. Para o deputado, Rollemberg vem fazendo um governo pior que o do seu antecessor, Agnelo Queiroz. Confira:

O senhor e o seu partido, o DEM, votaram contra a abertura do processo que investiga o presidente Michel Temer por crime de corrupção. Não se trata de dois pesos e duas medidas, tendo em vista que o DEM votou em peso a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff?

Não é a mesma situação. Quem está criando essa cortina de fumaça é o PT, que foi expulso do poder exatamente por corrupção, querendo agora descolar a sua imagem da sujeira. Na minha avaliação como advogado, a denúncia não tem consistência. Ela é inepta. Percebe-se que o procurador se precipitou. Para se confirmar o crime de corrupção passiva, o presidente tinha que ter recebido ou pedido o dinheiro. É o que diz a atipicidade do crime de corrupção passiva. Isso não aparece na gravação ilegal. Por isso, na dúvida de ter o PT de volta ao poder ou permanecer com o Temer, que está acertando algumas medidas para colocar o país novamente nos trilhos, preferi, portanto, votar contra a denúncia. Agora, se aparecer uma segunda denúncia consistente, isto é, com provas, votarei a favor.

No caso da expulsão do ex-governador José Roberto Arruda do DEM, a legenda foi mais severa na época…

Também acho. Já se passaram sete anos e não houve nenhuma condenação. O partido preferiu cortar na própria carne, achando que isso ia servir de exemplo para as outras siglas. Qual outro partido que expulsou alguém acusado de corrupção? Nenhum.

O senhor tem dito que é pré-candidato ao Buriti. Alguns analistas, entretanto, acreditam que sua candidatura será ao Senado. Já decidiu para qual cargo vai concorrer ou dependerá da conjuntura política?

Minha candidatura é ao Governo do Distrito Federal, embora o acordo que fizemos é que aquele que estiver melhor nas pesquisas será o candidato. Minha candidatura só será ao Senado se o meu nome cair nas pesquisas ou se alguém do grupo estiver melhor. Não sou vaidoso ao ponto de querer ser candidato de mim mesmo. Gostaria que esse sentimento fosse levado para os outros pré-candidatos. Dei recentemente essa declaração e um blogueiro que não estava na reunião em que foi dita afirmou que agindo assim vou acabar com a aliança. Repito a frase: o acordo entre nós (eu, Izalci, Filippelli, Alírio e Frejat) é que o candidato ao governo será aquele que estiver melhor nas pesquisas. Porém, tem gente do grupo que já definiu que é candidato de qualquer forma. Se assim for, com certeza será isolado, sem o apoio da direita. Nem eu, nem ninguém do grupo pode dizer que a candidatura ao governo é definitiva. Nosso propósito é retomar Brasília das mãos da esquerda, que só tem feito o povo sofrer.

Então abriria mão de sua candidatura em favor do ex-deputado Jofran Frejat?

Se ele estiver na frente, sem nenhum problema. Se for eu, espero que ele também abra mão de sua candidatura. Esse compromisso tem que servir para todos os outros pré-candidatos da direita.

Alguns o classificam como um “político de uma nota só”, no caso, a segurança pública. Contudo, quando esteve no Executivo, a pasta que chefiou foi a dos transportes. Considera-se preparado para assumir o governo em caso de vitória?

A prova de que estou preparado é que fui o gestor das maiores obras do DF. Mostrei que tenho conhecimento não apenas na área de segurança pública. A pasta dos transportes é difícil de ser gerida, mas obtive excelentes resultados. O que tem que preste hoje, no transporte público, fui eu que deixei como legado.

Uma denúncia eclodiu em junho, e trata-se justamente do tempo em que era secretário dos Transportes do governo Arruda. Os áudios supostamente indicam que o senhor estaria discutindo valores de propina. Acredita que tal acusação pode naufragar o seu projeto de ser candidato ao Buriti?

De forma alguma. Se estivéssemos em um país cuja imprensa fosse responsável, aquela matéria jamais seria publicada. Fui eu que fiz a gravação. Pergunto: faria uma gravação que serviria como prova contra mim? Vou mostrar após a entrevista os vídeos onde aparece o pivô principal, o Josenildo, afirmando que não tenho absolutamente nada a ver com aquilo. Ele afirma no vídeo que nunca se reuniu comigo. A primeira gravação que fiz foi com o Noel. Ele me procurou para dizer que estava sendo extorquido. Perguntei por quem e o que estava acontecendo. Imediatamente chamei os dois presidentes de cooperativas, Jefferson Magrão e Fontidejan Santana, pra saber que história era aquela. Foi aí que eles começaram a me contar, sendo gravados por mim. Levei as gravações ao governador e disse: Vou exonerar essas duas pessoas, pois não vou participar disso. No áudio estou dizendo que não vou segurar essa onda. A frase que disse pode ter sido infeliz, mas quem me conhece sabe como gosto de me expressar. Falei: Não vou estar aqui trabalhando que nem um babaca para o meu adjunto ganhar mais que eu. Disse com relação ao salário. Só que as mentes doentias alegam que eu estava discutindo propina. Em nenhum momento da gravação falo algo que indica o recebimento de propina. Só que a emissora Globo, que coincidentemente recebeu naquele dia em que a matéria foi publicada o valor de R$ 3.400.000,00 (três milhões e quatrocentos mil reais) de verba publicitária do GDF, sugere na reportagem que eu estaria discutindo o valor de propina. Não vão conseguir me incriminar. Se eu tivesse que praticar corrupção estaria envolvido com os empresários de ônibus, não com as cooperativas de vans, que estavam todas quebradas.

Onde o governo Rollemberg mais vem errando?

Em tudo. É mais fácil perguntar onde ele acertou. Também diria que não sei. É um governo teórico, burocrático e que semeia a discórdia entre ricos e pobres. Isso tudo vai ser revertido contra ele nas eleições. Nunca esperei que alguém fosse me dizer que ia surgir um governador pior que o Agnelo.

O senhor está em seu quarto mandato como deputado federal. O que diferencia a atual legislatura das demais?

Sou um deputado com 16 leis aprovadas. Pesquise entre os deputados do DF e veja quem tem lei aprovada. Não falo de projetos, mas de leis. Tenho mais de 700 projetos. Considero a lei como o filho de um parlamentar. É o fruto do seu trabalho. Todos sabem da dificuldade que existe de se apresentar e aprovar uma lei aqui na Câmara. Meu mandato continua levantando a bandeira da segurança pública, que é uma área que tenho profundo conhecimento. Não sou oportunista de plantão. Conheço profundamente o tema. E é uma pena que os governos (federal e estadual) não busquem aconselhamento com quem entende do assunto.

Por último, como seria um governo Alberto Fraga?

Um governo voltado para o menos favorecido, que execute obras que necessitam ser feitas em prol da população. Temos que ter uma gestão muito competente no setor de saúde, porque se gasta muito dinheiro. Brasília é uma cidade que tem 33 bilhões de reais, contando com o Fundo Constitucional do DF. Por este motivo, não se justifica faltar reagente químico para fazer um exame no hospital, não ter esparadrapo e gazes. Máfias precisam ser desconstruídas, com enfrentamento, mas contando com o apoio popular. No meu governo, jamais vou gastar milhões com publicidade para dizer coisas que não fiz, como vem fazendo a atual gestão. Não vou aceitar que o meu governo gaste 70 milhões com propaganda, investindo, por exemplo, apenas 10 mi em transporte. Não faz nenhum sentido. A esquerda governa com propaganda. Foi assim nos governos do PT. O meu desejo é morar na cidade da propaganda do Rollemberg.

Fonte: Blog do Fred Lima.

Edilayne Martins

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida." (Bob Marley)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Bio Caldo - Quit Alimentos
Canaã Telecom