A pesquisa apresentada no Prêmio Lamas identificou o enriquecimento ambiental como uma ferramenta de auxílio na tomada de decisões dos produtores para melhorar a qualidade de vida dos animais.
A valorização das medidas de bem-estar animal no agronegócio brasileiro tem evoluído nos últimos anos, com as grandes corporações adotando práticas mais sustentáveis em suas transações comerciais e nos seus sistemas produtivos.
A temática e os seus impactos qualidade de vida dos animais foram analisados no estudo “Efeitos de diferentes recursos de enriquecimento ambiental na produtividade de frangos de corte”, que foi apresentado no Prêmio José Maria Lamas da Silva, durante a Conferência FACTA WPSA-Brasil em 2021.
Estudante de doutorado em Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e um dos autores do estudo, Marconi Ítalo Loureço da Silva conta que a pesquisa foi iniciada com base na literatura científica, na qual o grupo identificou o enriquecimento ambiental como uma ferramenta de manejo que permite que os animais expressem seus comportamentos naturais e auxilia na promoção de melhorias nos indicadores de bem-estar.
Marconi completa que, no desenvolvimento das análises, os pesquisadores constataram que o número de estudos que propõem uma avaliação das condições práticas e dos impactos dos recursos a serem implementados em escala comercial eram escassos na literatura.
“A partir desta observação, nos propusemos a avaliar os recursos práticos, de baixo custo de confecção/aquisição, de fácil higienização e que não comprometessem o custo da mão de obra. Sendo assim, eles constituem uma plataforma com degraus desenvolvida pelo grupo de pesquisa, fardos de feno que podem ser trocados a cada ciclo de produção e projetores de luz a laser que podem ser facilmente instalados nos aviários e serem controlados usando timers”, explica.
Foco nos efeitos dos recursos
Com a continuidade da pesquisa, o grupo segue investigando novas formas e propostas de enriquecimento ambiental para frangos de corte - que se apresentou com uma ferramenta interessante para melhorar a qualidade de vida dos animais - e já analisa os efeitos dos recursos na produtividade.
“Estamos aprofundando nossos estudos investigando os efeitos destes recursos nos estados afetivos dos animais e desenvolvendo metodologias práticas para mensurar como o animal responde as modificações nos sistemas produtivos. Esses novos estudos fornecerão ferramentas práticas para pesquisadores e indústria avaliarem o bem-estar animal objetivamente”, aponta.
Marconi enfatiza que os resultados da pesquisa têm sido muito positivos e já possibilitaram a publicação de artigos em revistas científicas. “As pesquisas desenvolvidas pelo grupo estão avançando de maneira fluída. Encontramos excelentes resultados na melhoria da qualidade de vida dos animais e identificamos um aumento de comportamentos naturais da espécie nos aviários, redução da prevalência de alguns distúrbios locomotores e manutenção dos parâmetros produtivos, além da diminuição na taxa de mortalidade”, acrescenta.
Sobre a FACTA
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