Indústria têxtil corta 22% do consumo de energia com apoio do PotencializEE e do SENAI-SP — e mostra que inovação e sustentabilidade podem (e devem) andar juntas


Se tem uma coisa que eu gosto de contar por aqui é história boa de quem faz a diferença. E hoje, meu caro leitor, é disso que vamos falar: de uma indústria que resolveu investir em eficiência energética, reduzir o impacto ambiental e ainda ficou mais competitiva no processo.

Estou falando da unidade brasileira da Hanesbrands, gigante do setor têxtil, que deu um passo ousado — e certeiro — rumo à inovação sustentável. Com o suporte técnico do SENAI-SP, parceiro do programa PotencializEE, a empresa colocou em prática uma série de melhorias em sua planta, localizada em Cotia (SP), e já colhe os frutos: redução de 22% no consumo de energia e queda significativa nas emissões de CO₂.

Não é pouca coisa.

Modernizar para economizar (e preservar)

Tudo começou com um diagnóstico técnico aprofundado feito por especialistas do SENAI-SP. De cara, foram identificadas três frentes com alto potencial de economia: o sistema de ar comprimido, a climatização das áreas produtivas e o reaproveitamento de energia térmica na tinturaria.

A primeira grande mudança foi a troca de um sistema antigo e ineficiente de compressores de ar por um único equipamento de alta performance. E o mais interessante: o calor gerado durante o processo de compressão — que normalmente seria desperdiçado — agora é reaproveitado para pré-aquecer a água da caldeira.

A cada 6 °C que conseguimos elevar na temperatura da água, obtemos uma economia de aproximadamente 1% no consumo de combustível da caldeira”, explicou o consultor do SENAI, Josiel Rodrigues Godinho.

Traduzindo: menos gás natural, menos CO₂ na atmosfera e uma conta de energia mais leve no fim do mês. É ou não é uma fórmula que todo mundo devia copiar?

Climatização inteligente = produto de qualidade

Outro ponto que chamou atenção foi a modernização da climatização em setores com cerca de 80 teares, que produzem meias de alta compressão. Nesses ambientes, manter a temperatura e a umidade sob controle é fundamental para a integridade dos fios.

A solução? A instalação de uma bomba de calor que, no futuro, também vai reaproveitar a energia térmica para aquecer a água da tinturaria. Tudo isso melhora o desempenho dos processos e, claro, a qualidade do produto final — inclusive dos artigos com uso medicinal.

Conseguimos tornar esse sistema mais moderno, auxiliando na fabricação de produtos medicinais”, explicou Godinho.

Mais do que economia: uma nova cultura de gestão

O projeto segue em expansão, e a Hanesbrands já estuda aplicar as soluções em outras áreas da unidade. O mais bonito disso tudo? Mesmo com um parque fabril moderno e equipamentos bem conservados, ainda assim foi possível encontrar oportunidades valiosas de ganho energético.

Isso mostra que eficiência e inovação caminham juntas, independentemente do ponto de partida”, disse Godinho.

E quem também vibrou com os resultados foi a gerente-geral da Hanesbrands no Brasil, Mônica Zanini. Para ela, a parceria com o PotencializEE abriu novos horizontes para a empresa.

É um ganha-ganha para todo mundo, para a empresa e para o planeta. Isso é o que faz a gente ser uma empresa sustentável de verdade”, destacou.

O projeto batizado de Energy Recovery é um verdadeiro exemplo de como transformar calor em economia — e problema em solução.

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